Rio - Os policiais civis Elton Carvalho de Moraes, José Alexandre de Andrade Vieira e Júlio César Pereira de Oliveira foram presos, na noite de terça-feira, acusados de receber propina para liberar Yuri Santos da Rosa com armamento pesado, como um fuzil, na 56 ª DP (Comendador Soares), em Nova Iguaçu. O valor cobrado era de R$ 46.700. Mas o grupo foi surpreendido pela ação da Corregedoria da Polícia Civil (Coinpol), com o apoio da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), que agiu ao ser informada do caso por uma denúncia anônima.
Dos três policiais presos, o investigador Júlio César é o mais antigo. Ele entrou na instituição há 27 anos, estava perto de se aposentar e começou a trabalhar na 56ª DP (Comendador Soares), em Nova Iguaçu, a partir de 2014. Na ficha dele consta uma suspensão por 41 dias, punição aplicada também pela Corregedoria do órgão.
Inspetor desde 2010, Elton Carvalho de Moraes não tem nenhum registro de participação em irregularidades no seu currículo.
Em agosto, a Corregedoria também foi mobilizada para prender o policial civil Fábio Nunes Moura e um acusado de estelionato e pagador da propina, Alan Linhares da Motta na 74ª DP (Alcântara), em São Gonçalo. Os agentes contaram com informações atualizadas da Divisão de Assuntos Internos (DAI). A ação interrompeu a negociação do pagamento de R$ 20 mil para permitir a liberdade de Motta.
Ontem, o juiz Orlando Eliazaro Feitosa, da Central de Custódia, determinou que o grupo vai continuar preso. Os policiais vão responder por corrupção passiva. A pena varia de dois a 12 anos de reclusão e Yuri por corrupção ativa e porte ilegal de arma de fogo de uso restrito, que passou a ser considerado crime hediondo. As penas variam de dois a 12 anos.
Yuri saía com as armas
De acordo com as investigações, Yuri foi abordado quando tentava sair do pátio da delegacia em seu veículo Gol, transportando um Fuzil FAL 7,62, sem numeração, com cinco carregadores municiados, uma pistola Sig Sauer, modelo P320, calibre 9 mm, com dois carregadores municiados e uma pistola Glock, calibre 9mm, com três carregadores municiados. Com ele, foi apreendido ainda um colete com a inscrição da Polícia Militar. Em troca, ele pagaria o dinheiro que também foi apreendido pelos agentes da Corregedoria.
Segundo os investigadores, os policiais civis acusados haviam arrecadado o material durante uma ocorrência, mas não fizeram o registro no sistema da Polícia Civil. Isso porque já planejavam negociar as armas e munição com integrantes de uma milícia que atua em Nova Iguaçu.
Além do processo criminal, os policiais civis vão responder ainda a um Processo Administrativo Disciplinar (PAD). Ao final, eles podem ser até mesmo demitidos da instituição. Um deles, José Alexandre, que atuava como oficial de cartório, foi admitido apenas há pouco mais de um ano na Polícia Civil. Ele entrou na instituição no dia 21 de julho de 2016.
?Colaborou Francisco Edson Alves