Por thiago.antunes

Rio - A Operação Cadeia Velha, que ontem virou do avesso a Assembleia Legislativa, também atingiu funcionária do alto escalão da Câmara Municipal. Uma das presas temporárias é Márcia Rocha Schalcher de Almeida, diretora do Centro Cultural da Casa. Com salário mensal de R$ 15.231,07, ela é responsável por "planejar, coordenar e desenvolver as atividades culturais" do Parlamento carioca.

Com o mesmo sobrenome, Matheus Rocha Schalcher de Almeida doou R$ 40 mil para a campanha do vereador Thiago K. Ribeiro (PMDB) no ano passado. À noite, o Informe procurou Ribeiro para saber se a indicação de Márcia para o cargo partiu de seu gabinete, mas não conseguiu contato com o parlamentar. Pai de Ribeiro, Jorge Luiz Ribeiro foi preso preventivamente ontem. Ele trabalhava com o presidente da Alerj, Jorge Picciani (PMDB), que foi conduzido coercitivamente.

Conexão Rio-Brasília

Matheus Schalcher de Almeida atua hoje na Câmara dos Deputados, no gabinete do deputado federal Francisco Floriano (DEM-RJ).

Família

A colegas de Alerj, Picciani e Edson Albertassi (PMDB) demonstraram que o principal desconforto ontem foi com o envolvimento de familiares na operação. Filho do presidente da Alerj, o empresário Felipe Picciani foi preso temporariamente; mulher de Albertassi, Alice Brizola Albertassi foi conduzida coercitivamente.

Esvaziando a gaveta

O ex-procurador-geral do estado Leonardo Espíndola se reuniu ontem com os demais procuradores para se despedir. Mesmo com sua demissão após o rompimento com Pezão, disse que "a procuradoria continuará a atuar em defesa do estado". Recebeu a solidariedade dos colegas.

Aliás

Espíndola foi exonerado por não concordar com a indicação de Albertassi para a vaga do Tribunal de Contas do Estado. Acreditava que o cargo deveria ser ocupado por um auditor substituto do tribunal, e não por um político. Foi surpreendido com a desistência dos três auditores em documento tornado público no dia 7. Resta saber agora se, com a desistência de Albertassi, os três auditores vão 'renunciar à renúncia'.

Pleito negado

O vereador Tarcísio Motta (Psol) apresentou dois requerimentos na sessão de ontem da CPI dos Ônibus: um para prorrogar a CPI por mais 60 dias; outro para convocar Picciani a depor. Ambos foram rejeitados pela maioria da comissão.

'Situação vergonhosa'

A orelha do prefeito Marcelo Crivella (PRB) ardeu ontem durante a votação do relatório do conselheiro José Moraes no Tribunal de Contas do Município. Ele disse que a "situação da Saúde na cidade do Rio é vergonhosa" e aprovou audiência com os secretários de Fazenda (Maria Eduarda Gouvêa) e de Saúde (Marco Antônio de Mattos). Ex-líder de Eduardo Paes (PMDB) na Câmara, o conselheiro Luiz Antônio Guaraná disse que "não falta apenas dinheiro à prefeitura, e sim gestão".

Falando em Saúde

A Justiça manteve liminar obtida pelo Ministério Público do Rio que obriga o estado a destinar o mínimo de 12% do orçamento para a Saúde. Relatório do deputado Luiz Paulo (PSDB) aponta que, no ano, foram investidos apenas 10,46%.

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