Por O Dia

Rio - O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), e a Polícia Civil realizam uma operação contra traficantes e policiais militares, na manhã desta quinta-feira, no Sul Fluminense. Agentes têm o objetivo de cumprir mandados de busca e apreensão e de prisão preventiva de 92 pessoas denunciadas por tráfico de drogas e delitos conexos, principalmente em Resende.

De acordo com o MP, o grupo reúne mais de cem integrantes, já que, além dos 92 denunciados, pelo menos dez adolescentes serão responsabilizados na Vara da Infância e Juventude. O inquérito da operação "Vou de táxi - Fase II" mostrou que a associação criminosa agia com organização, "nos moldes de uma empresa formal, apresentando tentáculos em diversos bairros de Resende, assim como em outras cidades da região, além do Estado de São Paulo". "Relatórios elaborados pela Polícia Civil demonstram que os denunciados estão envolvidos em diversos outros crimes, inclusive roubos armados a estabelecimentos de Resende", completou, em nota.

Além das prisões, a operação cumpre ainda cem mandados de busca e apreensão nas residências dos investigados, para localizar e arrecadar novas provas. O MP destacou que também serão apreendidos bens móveis, já que, ao longo de meses de investigações, o órgão apurou que os bens e os ativos dos denunciados são todos provenientes das atividades criminosas.

PMs são denunciados por extorsão

À Auditoria Militar, foram denunciados pelo crime de extorsão os policiais militares Jorge Leonardo Batista Correa e Dorvagnes Fernando de Andrade Silva do Nascimento, ambos lotados no 37º BPM (Resende). A extorsão foi comprovada por interceptações telefônicas judicialmente autorizadas no âmbito da operação "Vou de Táxi II”.

As investigações apontaram que os PMs estavam em serviço quando abordaram Marcos Felipe e Willian, conhecidos traficantes de drogas da região Sul Fluminense, subordinados a Milton, conhecido como Tio. Marcos Felipe e Willian estavam em um veículo BMW de propriedade de Tio. Conforme demonstram as conversas telefônicas, os denunciados inicialmente exigiram a quantia de R$ 30 mil para não apreender o veículo clonado e não prender Marcos Felipe e Willian.

Segundo o MP, depois os valores foram reduzidos para R$ 10 mil. "Os militares aceitaram a importância de R$ 2 mil em espécie e o veículo BMW, que permaneceu “consignado” com Tio, que o recomprou dos denunciados pelo valor de R$ 10 mil, em cinco parcelas semanais de R$ 2 mil, sob a ameaça dos policiais em caso de inadimplência. Os diálogos travados entre Willian e outra comparsa logo após a extorsão comprovam que ao menos parte dos valores exigidos foi paga aos PMs denunciados", explicou o órgão.

O MP destacou que as interceptações telefônicas foram fundamentais para impedir um roubo à filial das Lojas Marisa, no shopping Pátio Mix, em Resende, onde quatro criminosos, sendo um deles funcionário da loja, foram flagrados por policiais na ação.

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