Estudantes organizaram um ato para apresentar a insatisfação com a qualidade da comida - Reprodução / Facebook
Estudantes organizaram um ato para apresentar a insatisfação com a qualidade da comidaReprodução / Facebook
Por *Natasha Amaral

Rio - Os problemas na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) parecem não acabar. Após diversos casos de assédio relatados dentro da própria universidade, alunos agora reclamam de alimentos impróprios para consumo sendo servidos por uma empresa terceirizada. O restaurante universitário encontra-se em obra há mais de um ano e, após processo licitatório, uma empresa está fornecendo quentinhas. Segundo os estudantes, muitas refeições estão vindo estragadas.

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De acordo com a estudante de educação física Camila Silva, 24 anos, o acontecimento é algo recorrente na instituição, mas se agravou com a terceirização da comida após as obras no local. "Sempre teve isso. Já achei comida com cabelo diversas vezes, até um pedacinho de pedra no feijão, mas comida estragada foi a primeira vez. As quentinhas são muito ruins, tem dias que não dá pra comer", completou.

Por causa do problema com a comida, estudantes organizaram um protesto, na tarde desta quarta-feira, na Praça da Alegria. No ato, os participantes apresentaram a insatisfação com a qualidade das quentinhas servidas durante o período de reforma do restaurante. Solicitaram, também, a criação de uma comissão de alunos para fiscalizar as refeições e o andamento da obra no restaurante.

Segundo o aluno Bruno Medeiros, 22 anos, do mesmo curso, o problema começou junto com a reforma. "Não acontecia sempre, mas desde que o bandejão parou, eles servem quentinhas e sempre acontece algum problema. Particularmente acho bem ruim, principalmente quando está calor". Outro estudante relatou o ocorrido: "Eu entrei esse período, vejo os veteranos reclamando há muito tempo. Essa quentinha muitas vezes vem bem ruim, carne crua, linguiça estranha e tivemos o episódio das quentinhas estragadas na semana passada. No primeiro caminhão já tiveram algumas, no segundo todas estavam estragadas, a partir de 12h30 proibiram a entrada dos alunos no bandejão para comer. Eu tentei comer, senti um cheiro estranho, mas não consegui, depois no grupo da Rural eu vi que foi geral", disse Caio Alexandre, 18 anos.

Em nota, a universidade informou que foi necessário a abertura de um processo licitatório para a contratação de uma empresa fornecedora de quentinhas, cujo certame foi vencido pela empresa Comissaria Aérea Rio de Janeiro (COMRIO). Segundo a Rural, em todas as situações de registro de entrega das refeições fora das especificações contratuais, a equipe de gestão e fiscalização notificou a empresa aplicando as sanções previstas, como multas e devolução dos lotes.

A Rural admitiu, ainda, que no decorrer da distribuição dos lotes de quentinhas, no dia 10 de maio, diversos alunos usuários do restaurante universitário começaram a devolvê-las, "devido a presença de odor não característico, que impossibilitava o consumo". "A PROAES e a Coordenação do RU lamentam pelos transtornos provocados à comunidade discente do Campus de Seropédica, e se colocam à disposição para os esclarecimentos que ainda se fizerem necessários". A instituição comunicou, também, que abriu uma nova licitação para a contratação de uma nova empresa fornecedora de quentinhas.

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Já a empresa Comissaria Aérea Rio de Janeiro (COMRIO) esclareceu que "não abre mão da qualidade dos produtos fornecidos a seus clientes, segue os mais rigorosos padrões de higiene, qualidade e segurança alimentar. No entanto, nossa responsabilidade cessa no momento em que as refeições são entregues, analisadas e atestadas meticulosamente pela equipe técnica de fiscalização da UFRRJ".

Leia a íntegra da nota da COMRIO

"A empresa Comissaria Aérea Rio de Janeiro (COMRIO) esclarece que, durante todo o período do fornecimento de quentinhas para a UFRRJ, não houve qualquer comprovação de refeição estragada.

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Todas as quentinhas supostamente avaliadas como “estragadas” pelos alunos da UFRRJ ao longo do período contratual foram encaminhadas para análise laboratorial, sendo que todos resultados atestaram a qualidade das mesmas.

A Comissaria, que não abre mão da qualidade dos produtos fornecidos a seus clientes, segue os mais rigorosos padrões de higiene, qualidade e segurança alimentar. No entanto, nossa responsabilidade cessa no momento em que as refeições são entregues, analisadas e atestadas meticulosamente pela equipe técnica de fiscalização da UFRRJ.

A empresa informa que não tem responsabilidade e controle sobre a distribuição das refeições feitas pela UFRRJ, nem pela adição de insumos às mesmas pelos alunos, muito menos pela guarda destas refeições, depois de entregues.

A COMRIO foi informada durante reunião na UFRRJ, além de relatos dos próprios alunos, que existe um grande desgaste com o recebimento de refeições em quentinhas por um longo peróido, em virtude do grande atraso na obra da cozinha e refeitório, onde eram produzidas anteriormente a refeição dos alunos.

Para amenizar este desgaste dos alunos, a Comissaria já havia proposto à UFRRJ implantar um serviço no espaço do refeitório com utilização de balcões térmicos e distribuição em bandejas e pratos em substituição às quentinhas, mesmo a empresa arcando com um custo superior ao que estimou neste contrato.

Cabe ainda informar que o prazo do contrato oriundo da Ata de Registro de Preço se encerra no dia 09/07/18, e que a empresa já manifestou não ter interesse na continuidade do fornecimento, razão pela qual a UFRRJ tem o dever legal de abrir uma nova licitação para este serviço".

*Estagiária sob supervisão de Thiago Antunes

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