Yasmim, dona da Batata Carioca de Marechal - Marcio Mercante
Yasmim, dona da Batata Carioca de MarechalMarcio Mercante
Por O Dia

Rio - A baixa de frutas, hortaliças e legumes, por causa da crise dos combustíveis, tem provocado adaptações nos restaurantes e lanchonetes cariocas. No entanto, além do uso de outros insumos, o cenário pode ficar ainda mais grave. De acordo com o Sindicato de Bares e Restaurantes do Rio (SindRio), alguns estabelecimentos podem fechar as portas já na próxima semana.

É o caso da famosa 'batata de Marechal', da lanchonete Batata Carioca, que não vai abrir neste fim de semana. O legume desapareceu da Ceasa, e consequentemente das araras dos supermercados. Nos locais que ainda vendem a mercadoria, o preço sofreu aumento acima de 200%.

"A gente chegou a pagar R$ 180 essa semana no saco de batata. Nossa reposição normalmente é no sábado, mas nossos fornecedores, que são da Ceasa, já disseram que não têm mercadoria para amanhã", lamenta Yasmin de Albuquerque, proprietária da Batata Carioca, em Marechal Hermes, na Zona Norte do Rio.

O food truck de Yasmin só tem estoque para esta sexta-feira e não vê a possibilidade de um plano B. "Nosso diferencial é quantidade e o valor baixo, já vi o saco de batata a R$ 400, não tenho como arcar esse custo", diz ela, que descarta aumentar o valor da batata com petiscos para seus clientes: "Nem passou pela minha cabeça".

A empresária também não tem certeza quando as atividades retornarão. "Estão dizendo que até segunda a situação vai melhorar, eu estou na torcida", acredita a jovem, que vai dispensar os seus quatro funcionários neste fim de semana. "Essa é a pior parte", conclui.

Franquias e delivery

Na unidade do MC Donalds da Avenida Nossa Senhora de Copacabana, Zona Sul do Rio, o sanduíche carro-chefe da franquia, o Big Mac, está em falta. A última renovação do estoque do produto aconteceu na sexta-feira e já foi esgotada, de acordo com O Globo.

No Bob's, algumas promoções foram temporariamente suspensas por causa da falta de abastecimento de produtos na loja. A empresa informou  que nenhuma franquia foi fechada até o momento. 

A plataforma de delivery Ifood disse que "toda frota de entregadores que atende a plataforma está trabalhando normalmente e atuando para que o menor número possível de pessoas seja afetado neste momento."

As redes de franquias Koni, Parmê, Spoleto e Domino's disseram que não vão se pronunciar sobre o assunto.

Bebidas

A Coca-Cola informou que a greve de caminhoneiros tem impactado a operação do sistema e ressaltou que companhia acompanha os desdobramentos das manifestações. 

A Heineken confirmou que, assim como nos demais segmentos da economia e da indústria, houve impacto em suas operações devido à paralisação dos caminhoneiros no Brasil e disse que "está trabalhando para minimizar os impactos da greve para seus fornecedores e clientes e, assim, evitar o impacto no fluxo de seus negócios".

A Ambev distribuidora das cervejas Antarticta, Brahma e dos refrigentes Antartica e Pepsi, não quis comentar o caso. 

Indústria 

Com mais de 30 marcas em seu portfólio, entre elas, Sadia, Perdigão, Qualy, Paty, Dánica e Bocatti, a BRF informou que produtores rurais, parceiros, fornecedores e colaboradores da indústria frigorífica "estão sendo seriamente afetados pela impossibilidade de transporte de insumos, carga viva das granjas para o abate e produtos acabados, que não podem ser escoados das unidades produtivas."

A companhia ainda BRF alertou para o risco de comprometimento do bem-estar animal. "Há poucas alternativas de escoamento e o abastecimento de ração está comprometido. A falta de alimentos para os animais é crítica e milhares estão ameaçados", disse a empresa em nota. 

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