Em um hortifrúti na Lapa, a sobra de tomate na banca custava R$ 10,98 o quilo, na tarde de ontem - FOTOS DE LUANA DANDARA
Em um hortifrúti na Lapa, a sobra de tomate na banca custava R$ 10,98 o quilo, na tarde de ontemFOTOS DE LUANA DANDARA
Por O Dia

Rio - Com o avanço da greve dos caminhoneiros para o quinto dia, os cariocas correram ontem para os supermercados com medo da escassez de alimentos, e se depararam com preços altos e falta de itens básicos, como verduras, legumes e até ovos. A batata inglesa, por exemplo, que teve o preço quadruplicado no início da semana, já não é mais encontrada na maioria das prateleiras, assim como a salsa e cebolinha, em falta desde o início da greve. Já o tomate e a cebola estão sendo vendidos pelo dobro do preço da semana passada, e a qualidade visivelmente não é a mesma.

"Desisti de comprar o tomate, está horrível e com o preço de R$ 10, comprava por no máximo R$ 5. A cada dia de greve a situação nos mercados piora", disse a aposentada Léa Machado, que foi a um hortifrúti da Lapa. "Vou ter que inventar alguma refeição, porque sem batata e tomate é difícil. Procurei por três mercados e não achei", contou a comerciante Graça Brito, no mercado Extra do Centro do Rio. Outras unidades da rede, além do Mundial e Hortifruti, estão com avisos de falta de mercadoria. No Carrefour, continua a limitação para até cinco itens de cada produto por pessoa.

Segundo o Sindicato de Bares e Restaurantes do Rio, alguns estabelecimentos podem não funcionar a partir de segunda-feira pela falta de insumos. Ontem, o Cadeg teve pouca movimentação e vários lojistas fecharam as portas.

Preocupados com o desabastecimento, o casal Rhiane Nina e Delson Leal adiantou as compras do mês. "Ficamos alarmados com as notícias e no fim de semana o supermercado deve encher mais, então decidimos vir antes. Os alimentos perecíveis compramos em volume, mas pimentão, ovos, cenoura e verduras já não tinha mais", afirmaram.

Mãe de dois filhos, a dona de casa Francisca de Souza também decidiu ir às compras ontem para fazer estoque. "Apesar de preços mais altos, estou levando 10 kg de arroz, óleo, cebola... o básico do básico, pois se a crise aumentar, tenho uma reserva".

Fiscalização do Procon

Após uma enxurrada de denúncias de consumidores, que reclamaram dos preços abusivos, o Procon Estadual percorreu ontem, 13 supermercados e hortifrútis do Rio e Niterói. Nove foram notificados pelo aumento nos valores de frutas, legumes e hortaliças, sendo dois atuados por demais irregularidades. Um supermercado em Ipanema foi multado por vender quatro pacotes de camarão vencidos. E outro em Icaraí não tinha balanças de precisão para os clientes.

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