A partir de junho, tarifa do metrô passará a custar R$ 5 em razão de um reajuste feito em fevereiro - Divulgação / MetrôRio
A partir de junho, tarifa do metrô passará a custar R$ 5 em razão de um reajuste feito em fevereiroDivulgação / MetrôRio
Por O Dia

Rio - Há exatos cinco anos, as obras da estação Gávea do MetrôRio foram iniciadas. Prometida para ser entregue à população em meados de 2016, essa extensão da Linha 4 acumula dois anos de atraso. Os operários estão parados desde março de 2015 porque o Tribunal de Contas do Estado do Rio (TCE-RJ) encontrou superfaturamento de R$ 3 bilhões nas obras, que custaram ao todo R$ 10 bilhões, e proibiu novos repasses ao Consórcio Rio Barra, responsável pala construção.

Em janeiro, o TCE revogou a determinação que retinha os repasses, por unanimidade, e autorizou a retomada das obras. No entanto, em ação civil pública, o Ministério Público do Rio (MPRJ) conseguiu liminar que impede o governo de continuar a construção. Os promotores alegam que uma injeção além dos R$ 934 milhões gastos até o momento vão de encontro à recuperação fiscal assumida pela gestão de Pezão desde o ano passado.

"De fato é incongruente a busca do reequilíbrio das contas públicas com a contratação de novos empréstimos para a retomada das obras", apontou o processo do MP, assinado pela juíza Viviane Arronenzi.

Em contrapartida, a Secretaria de Estado de Transporte argumenta que "a paralisação das obras resulta em grandes perdas econômica e social, como a deterioração dos serviços já executados, a depreciação dos materiais e equipamentos já adquiridos e armazenados, a perda de cerca de mil postos de trabalho diretos".

De acordo com o governo, a nova linha beneficiaria cerca de 22 mil pessoas, uma vez que ligaria a estação Antero de Quental, no Leblon, à estação de Botafogo. Os bairros da Gávea, Jardim Botânico e Humaitá seriam rota da escavação, em que a execução atingiu apenas 42% do total, de acordo com a Secretaria de Transportes.

A construção ocupa parte do estacionamento da PUC, onde muitos alunos poderiam usufruir do serviço. "Eu entrei na faculdade no primeiro semestre de 2015 e me lembro que a obra estava andando bem. A gente ouvia até barulhos de explosão no local onde o metrô está sendo construído. A expectativa era que ficasse pronto para as Olimpíadas, mas até agora nada", contou Gabriel Pereira, 21, estudante da universidade.

Um inquérito aberto pelo MPRJ em março do ano passado investiga possível má gestão dos recursos públicos em razão da paralisação de obras e custeio de manutenção de equipamentos sem funcionamento, como o 'Tatuzão'. Ainda resta 1,2 km de túnel a escavação entre o Alto Leblon e a Gávea.

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