'Paty Bumbum' (E) atuava em Jacarepaguá, Zona Oeste, e Mariana Batista, na Baixada Fluminense - fotos Divulgação
'Paty Bumbum' (E) atuava em Jacarepaguá, Zona Oeste, e Mariana Batista, na Baixada Fluminensefotos Divulgação
Por RAFAEL NASCIMENTO

Rio - A 42ª DP (Recreio) investiga a morte de uma mulher que fez um procedimento estético com Patrícia Silva dos Santos, conhecida entre as pacientes como Paty Bumbum e que foi indiciada por exercer a profissão de médica ilegalmente. O caso chegou ao conhecimento da polícia nesta sexta-feira, após duas mulheres procurarem a especializada para prestar queixa contra a falsa médica. 

De acordo com a delegada titular da Delegacia de Defesa do Consumidor (Decon), Daniela Terra, Paty Bumbum será chamada para depor na próxima semana para esclarecer o caso. "Quero que ela explique o motivo de continuar exercendo ilegalmente a profissão. Sabemos que ela continua aplicando silicone industrial nos pacientes. Ela precisa explicar esses procedimentos", disse. 

Em relato ao DIA, uma das vítimas da falsa médica contou que atualmente faz tratamento médico para corrigir a aplicação de silicone industrial que Patrícia fez em 2015. "Fiz uma bioplastia com ela (Paty Bumbum) e, no dia do procedimento, a casa dela estava em obra. A substância foi aplicada nos meus glúteos e quadril. De um tempo para cá, comecei a sentir dores e fiquei preocupada com que tipo de substância ela havia utilizado", declarou a dona de casa Fabiane de Jesus, 36 anos. Na quarta-feira, quando foi levada para depor pela primeira vez, Paty Bumbum, tentou alegar que o silicone industrial encontrado no local seria utilizado para “limpar o carro”.

Segundo Fabiane, no dia seguinte à aplicação, um líquido "estranho" começou a sair de seus glúteos. A vítima também esclareceu que procurou o local sem o conhecimento da família e contou como conheceu a falsa médica. "Conheci ela através de amigas, e que pelo menos quatro pessoas que conheço fizeram esse mesmo procedimento com ela. Quando fiz não contei para minha família por vergonha. Hoje vejo que naquela época não tinha necessidade de ter feito aquilo. Foi uma loucura e, agora, sofro as consequências. Jamais aplicaria aquilo novamente". Ela também relatou que procurou a polícia após ver a repercussão do caso. "Me surpreendi ao vê-la na televisão". 

Rafaela Fernandes, 29 anos, foi mais uma vítima de Paty Bumbum. A auxiliar de escritório teve trombose após fazer uma glúteoplastia. "No ano passado meu joelho começou a inchar e ninguém descobria o que estava ocasionando isso. Fui a vários hospitais e só após diversos exames um médico descobriu que estava com trombose, ocasionada pelo material aplicado no bumbum e, que escorreu. Sempre ligava para a Valéria (mulher apontada como ajudante da Paty Bumbum) e relatava as dores, mas ela falava que era normal e me mandava tomar anti-inflamatório", lembra.

Por conta do procedimento, Rafaela chegou a ficar um mês internada para tentar drenar o produto. "Desenvolvi depressão e pressão alta por conta disso e terei que tomar remédios para sempre". Ambas as vítimas pagaram R$ 3 mil pelo procedimento.

 

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