Moradora diz que foram policiais que reviraram sua casa - Arquivo Pessoal
Moradora diz que foram policiais que reviraram sua casaArquivo Pessoal
Por Raimundo Aquino

Rio - Uma moradora da Favela do Muquiço, em Guadalupe, na Zona Norte, denuncia que policiais militares invadiram sua casa e reviraram seus pertences. Ela, que prefere não se identificar, conta que dois portões seus ainda foram arrombados pelos agentes. Segundo dela, tudo aconteceu na manhã desta quinta-feira.

"Sai para trabalhar às 8h. Por volta do meio-dia, minha vizinha me ligou pedindo para eu voltar correndo porque estava cheio de policial no meu quintal", contou ao DIA, dizendo que após a ligação trocou de roupa rapidamente e estava em casa cerca de meia hora depois.

Quando se deparou com as portas arrombadas e tudo revirado, imediatamente pegou o celular e filmou o que via. "Fiquei tão revoltada. Eles ainda levaram minha prancha de cabelo, secador, relógio, caixas de som, biscoitos, quebraram minha televisão, comeram iogurtes das crianças e amassaram as embalagens de quentinhas que tinha", denuncia.

As portas da casa estavam arrombadas - Arquivo Pessoal

Fora de casa

Ela mora com mais dois filhos pequenos no local. E diz que sua rotina diária é sair cedo para trabalhar, mas antes deixa os dois na casa de outra filha, que também mora no Muquiço. Ela ainda conta que, depois de ver tudo revirado, tentou fechar as portas como pôde e voltou para o trabalho.

Desde então, ela só retornou com calma ao lugar no dia seguinte para arrumar tudo. "Fiquei com trauma e estou com medo. Só vou em casa para pegar roupas para as crianças e volto para a minha filha", relata.

Ela ainda diz que sua casa já foi revistada por policiais militares em outras ocasiões, mas nada comparado ao ocorrido desta vez. "Há uns dois meses, eles meteram o pé na minha porta, e as crianças começaram a gritar. Eu disse que eles podiam ter me chamado, mas falaram que não avisam porque tinham um mandado de busca, garantindo que tinha uma arma na minha casa", relembra.

Os pertences dela foram jogados no chão - Arquivo Pessoal

Comunidade destratada

A moradora avisa que outras pessoas da comunidade são tratadas com desdém pelos policiais. "Eles abordam as pessoas como se todo mundo fosse marginal. Aqui ninguém é trabalhador para eles. É horrível. É uma discriminação total", reclama.

Procurada pela reportagem sobre as denúncias, a Polícia Militar se limitou a dizer, em nota, que "a 2ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar (DPJM) está apurando o fato".

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