Rio - Juiz da 7ª Vara Criminal da Justiça Federal do Rio, Marcelo Bretas mandou soltar Alexandre Pinto, ex-secretário de Obras da gestão do ex-prefeito Eduardo Paes, na última sexta-feira. Ele deixa o presídio de Bangu, na Zona Oeste do Rio, e passa para o regime de prisão domiciliar.
Alexandre Pinto foi preso em janeiro na Operação Mãos à Obra, um desdobramento da Lava Jato, suspeito de comandar um esquema de propina nas obras do BRT TransBrasil. Ele já havia sido preso em agosto do ano passado, na Operação Rio 40 Graus, mas foi solto em novembro.
Na decisão, Bretas destacou a colaboração de Pinto com as investigações.
"Dessa forma, é de se notar que o requerente vem adotando comportamentos que demonstram a intenção em contribuir com a investigação criminal, pelo que fica afastada a necessidade da cautelar de prisão", reforçou o magistrado na ação. "Confessando a prática de crimes, o que representa uma atitude de cooperação da defesa perante o Juízo", completou.
Propinas no BRT
A operação que prendeu Alexandre investigava um esquema de propinas envolvendo obras do BRT TransBrasil, um sistema de transporte que ainda é construído na cidade e tem custo previsto e R$ 1,4 bilhão. Segundo o Ministério Público Federal (MPF), os integrantes do grupo são suspeitos de receber R$ 35,5 milhões em propinas de obras públicas. O pedido de prisão se baseou na delação da empreiteira Carioca Engenharia. Os delatores contaram que o valor era cobrado nas obras do corredor e nas de drenagem de córregos da Bacia de Jacarepaguá.