Obras do BRT Transbrasil estavam paradas há oito meses. Previsão é que corredor seja concluído em um ano - Maíra Coelho / Agência O Dia
Obras do BRT Transbrasil estavam paradas há oito meses. Previsão é que corredor seja concluído em um anoMaíra Coelho / Agência O Dia
Por RAFAEL NASCIMENTO

Rio - O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, anunciou oficialmente, na manhã desta terça-feira, a retomada das obras do BRT Transbrasil em 15 dias. Parada há oito meses, a previsão é que o corredor expresso, que vai ligar Deodoro, na Zona Oeste, ao Terminal Américo Fontenelle, na Central do Brasil, fique pronto em até um ano.

"É uma obra que vai trazer enormes benefícios à mobilidade da nossa cidade. Fizemos uma série de adaptações, mudamos algumas coisas que achávamos que estava acima do preço. Tivemos que economizar, pois a crise é grande e finalmente acertamos um acordo com a Caixa Econômica e o Ministério das Cidades para que ela seja concluída em todo o seu trecho", disse Crivella. "Esses recursos são federais. Agradeço ao Rodrigo Maia que nos ajudou nessa negociação", explicou o prefeito. 

O prefeito Marcelo Crivella anunciou o reinício as obras do BRT Transbrasil - Maíra Coelho / Agência O Dia

Mais de 2.500 operários vão trabalhar nas obras do BRT Transbrasil, que estava estimada em R$ 1,3 bilhão e vai ganhar um aditivo de R$ 200 ou R$ 300 milhões. "Essa obra teve erro de orçamento e será apurado se houve sobrepreço e superfaturamento. Todos lamentam que o secretário de obras da gestão anterior estivesse preso. Aliás, foi solto esses dias. Os recursos que tinham não dava pra obra chegar da Central do Brasil até Deodoro. Tínhamos uma obra que ligava o Caju a Deodoro sem nexo. Assumimos um compromisso que a obra vai da Central até Deodoro", falou Crivella.

O corredor expresso promete acabar com os engarrafamentos diários na Avenida Brasil, que já tem um grande volume de carros e a situação complicava com os canteiros ao longo da via com a obra parada. "Estamos conversando com a CET-Rio e já há um plano para interrupções de algumas partes da Brasil. Serão colocadas sinalizações adequadas, principalmente à noite. Além disso, serão criadas agulhas para minimizar o congestionamento", explicou o secretário municipal de Infraestrutura e Habitação, Sebastião Bruno.

"O trecho que vamos começar a princípio é a do Caju ao da Rodoviária. O ponto mais crucial dessa obra é o viaduto do Caju a Rodoviária Novo Rio, que não estava previsto. Essa é uma da coisas que a gente acertou com o Ministério (das Cidades) e com a Caixa, que precisávamos levar essa obra até o Centro. Esse viaduto é de fundamental importância para a retomada das obras. Ele vai possibilitar a chegada do cidadão da Zona Oeste ao Centro da cidade. Inicialmente, eles paravam no Caju, agora vão até a Central", detalhou Bruno.

Segundo o secretário, o motivo da demora da obra, em 15 dias, é para dar tempo de recontratar os funcionários, fazer a manutenção dos equipamentos que estavam parados e reorganizar os canteiros das obras. Sebastião Bruno disse que, por conta da criminalidade, as obras não serão realizadas durante as noites dos fins de semana. "Por conta da violência que o Rio de Janeiro, hoje, enfrenta, nós vamos evitar trabalhar sábados e domingos à noite, para garantir a segurança dos operários", disse. 

Em 2014, a licitação inicial estava previsto de Deodoro, na Zona Oeste, até o Cemitério do Caju, na Zona Norte. Agora, vai até a Central do Brasil. Após concluído, o corredor para ônibus articulados terá 39 km de extensão. 

Em setembro, a prefeitura lançara um edital para a construção dos terminais. A parada de Deodoro custará aproximadamente R$ 100 milhões, e os outros dois (Trevo das Margaridas e Trevo das Missões), R$ 50 milhões cada. Os recursos são do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Essas obras, que serão a segunda etapa do projeto, ficaram prontas só em 2020.

O local onde o prefeito Marcelo Crivella anunciou a retomada das obras é considerado o lugar mais critico da Avenida Brasil. Em frente as favelas do Parque União e Nova Holanda, no Complexo da Maré, hoje o local é considerado a cracolândia do Rio. Enquanto Crivella discursava e fazia promessas para as obras, homens vendiam sem cerimônia celulares roubadas na via. Os aparelhos estavam fora da caixa e não tinham nota fiscal. No último dia 26, o DIA flagrou um homem comprando um celular no local onde Crivella estava hoje.

Venda de celulares roubados na Avenida Brasil flagrada por equipe de O DIA em 26 de julho - Maíra Coelho / Agência O Dia

Segundo o prefeito, a Secretaria de Assistência Social tem feito um trabalho na região. "O pessoa está vindo pelo menos duas ou três vezes por semana e eles ficam aqui na área dos dependentes de crack (que vai da passarela 11 até a 9 — no sentido Centro). Temos 13 pessoas que quiseram e que foram para os antigos. Hoje, temos cerca de 50 pessoas que ainda vivem aqui. É importante ressaltar que, quando pegamos essa gestão mais de 300 pessoas moravam aqui", concluiu.

Você pode gostar