Internautas se revoltaram com 'nota de repúdio' contra protesto por 'Jorge Bigode' - Reprodução
Internautas se revoltaram com 'nota de repúdio' contra protesto por 'Jorge Bigode'Reprodução
Por FRANCISCO EDSON ALVES

Rio - As irmãs Franciscanas, responsáveis pela nova direção do Colégio Nossa do Amparo, reagiram nesta quinta-feira ao movimento de pais e alunos em defesa do porteiro Jorge Ferreira, de 59 anos, mais conhecido como Jorge Bigode. Conforme o DIA noticiou com exclusividade, o bigodudo Jorge fora demitido da instituição no dia 17, segundo pais de alunos, depois de mais de duas décadas trabalhando na portaria da escola, após chamar a atenção de uma mãe, classificada pelos pais de estudantes como 'madame', que estacionara o carro indevidamente, provocando congestionamento na via principal da cidade.

As freiras da congregação que leva o mesmo nome do colégio, não retornaram os questionamentos feitos pelo DIA até o momento, mas a diretora da instituição, irmã Sônia Maria Gonçalves de Moura, assinou uma 'nota de repúdio', publicada no site da escola, na qual condenou veementemente o ato realizado nesta quinta-feira em frente à unidade. Em seguida à publicação, porém, mais críticas foram feitas pela internet à demissão de Jorge, que, por sua vez, recebeu mais elogios e apoios de pais, estudantes e outros internautas.

No texto, irmã Sônia argumentou que Jorge 'já havia sido alertado diversas vezes sobre condutas inadequadas perante a comunidade escolar'. "No dia 17, cometeu uma falta gravíssima, ao abordar uma mãe de forma extremamente grosseira. A mãe, que está grávida, necessitou de cuidados médicos, chegando a ser hospitalizada".

A nota assinada por Sônia, que teria ido, segundo comentários dos pais nas redes sociais, de sala em sala pela manhã, afirmando que o colégio estaria 'de portas abertas para quem quiser deixá-lo' e que 'providências jurídicas já estariam sendo tomadas contra aqueles que denegriram o nome da escola', destacou que 'a demissão de um funcionário, é direito garantido aos empregadores pela CLT', formalizada (no caso de Jorge Bigode) de maneira justa, transparente e mais humana possível, com todos os direitos assegurados'.

"A direção do CNSA lamenta profundamente as manifestações hostis nas redes sociais, advindas de pessoas que conheceram apenas um lado da história, lamentando ainda as ofensas desferias agressivamente a parte dos envolvidos. Por fim, o CNSA agradece a todos que formalizaram apoio à direção, confiando na conduta ética da escola, prestando solidariedade e sabendo discernir o ato profissional pautado pelos princípios daqueles que querem chegar á verdade dos fatos", concluiu a nota.

A postagem da nota, causou reações imediatas, no Facebook da instituição, em defesa de Jorge Bigode. "Tomar conta de portaria é uma responsabilidade imensa. E se o cidadão trabalhou por 30 anos nessa instituição e ser mandado embora por um capricho de uma mãe, olha, sinceramente não sei o que pensar dessa direção escolar. #bigode", postou um internauta. "Se ele estava tao errado assim porque não deram justa causa? E como que ele durou 30 anos na mesma instituição? Me poupem #somostodosbigode", escreveu outro internauta. “Gestores atuais sujando nome de uma instituição tão antiga...favor reparem o erro”, apelou um outro.

Novas manifestações estariam sendo articuladas na cidade pela volta de Jorge ao seu posto de trabalho, conforme comentários nas redes sociais. Na quarta-feira, carregando faixas e cartazes, e usando grandes bigodes postiços, pelo menos 70 pais e filhos se uniram em um uníssono e repetitivo grito: 'volta Bigode!'. Em seguida, o grupo saiu em carreata até o bairro Vila Coringa, onde Jorge reside e recebeu solidariedade.

O protesto, intitulado #Somostodosbigode, segundo os organizadores, poderá se repetir nos próximos dias, caso a direção do colégio, que tem mais de 500 estudantes, entre o ensino infantil e médio, com mensalidades que alcançam até quase R$ 1 mil, não readmita o 'querido Bigode', como é carinhosamente tratado

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