Marcus Vinícius Braga será o titular da Polícia Civil no novo governo . Atual diretor do Departamento Geral de Polícia Especializada (DGPE), ingressou na Polícia Civil como inspetor em 2002 e é delegado no Rio de Janeiro desde 2003. Já teve passagens por delegacias distritais e especializadas, como a Coordenadoria de Operações Especiais (CORE) e as delegacias de Roubos e Furtos de Cargas (DRFC), de Combate às Drogas e de Roubos e Furtos de Automóveis (DRFA). - Divulgação
Marcus Vinícius Braga será o titular da Polícia Civil no novo governo . Atual diretor do Departamento Geral de Polícia Especializada (DGPE), ingressou na Polícia Civil como inspetor em 2002 e é delegado no Rio de Janeiro desde 2003. Já teve passagens por delegacias distritais e especializadas, como a Coordenadoria de Operações Especiais (CORE) e as delegacias de Roubos e Furtos de Cargas (DRFC), de Combate às Drogas e de Roubos e Furtos de Automóveis (DRFA).Divulgação
Por ADRIANA CRUZ

Rio - Com o anúncio oficial da extinção da Secretaria de Segurança Pública nesta terça-feira, o governador eleito Wilson Witzel divulgou os dois homens-fortes das polícias Civil e Militar, que ganharam status de secretários de estado. Como a coluna Informe do DIA antecipou, o delegado Marcus Vinicius Braga comandará a Civil e o coronel Rogério Figueiredo de Lacerda, a PM, como O Dia Online publicou em primeira mão. Enquanto Braga é considerado um policial operacional, Figueiredo é conhecido por defender a redução dos confrontos desnecessários. Ao todo já são 11 nomes do alto escalão, entre eles, o coronel Roberto Robadey Jr., da Secretaria de Defesa Civil e Corpo de Bombeiros, que integra o staff do governador Luiz Fernando Pezão. Atualmente, há 18 secretarias, e a ideia é reduzir para um número que fique entre 11 e 12.

Na área da Segurança, Witzel planeja combater a estrutura do tráfico de drogas, principalmente com relação a lavagem de dinheiro e a logística, com a apreensão de armas e drogas. "O resto é enxugar gelo", disse. O governador eleito esclareceu que os convênios, especialmente com a União, assinados pela Secretaria de Segurança serão absorvidos pela Polícia Civil. "Mas é preciso entender que ainda não terminamos o período de transição", explicou Witzel, que descartou a possibilidade de acabar com a Secretaria de Administração Penitenciária. No entanto, ainda não há um nome fechado para assumir a pasta.

Nova estrutura desenhada

Com o fim da Secretaria de Segurança, a Delegacia de Repressão a Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (Draco-IE), que terá como titular o delegado Marcus Vinicius Amim, volta para a estrutura da Polícia Civil, enquanto a Corregedoria Geral Unificada (CGU), que faz procedimentos administrativos para policiais civis, militares e bombeiros, vai para a Controladoria Geral do Estado, que terá à frente o delegado da Polícia Federal Bernardo Cunha Barbosa. O órgão é responsável por fiscalizar servidores civis.

O secretário de Polícia Civil, Marcus Vinicius já montou parte de sua equipe. Para o comando do Departamento Geral de Polícia Especializada, Delmir Gouvea; Antônio Ricardo Nunes, titular da Delegacia de Meio Ambiente ocupará a diretoria das Delegacias de Homicídio. A escolha não afeta os rumos das apurações das mortes da vereadora Marielle Franco, do PSOL, e de seu motorista Anderson Gomes. O crime ocorreu em março e os assassinos continuam soltos, mas os investigadores garantem aos generais responsáveis pela Intervenção Federal que encerram o caso este ano. Um dos cotados para a Corregedoria da instituição é o delegado Gladston Galeano.

O comandante da Polícia Militar, coronel Rogério Figueredo de Lacerda, tem 49 anos, dos quais 28 anos dedicados à corporação, e atualmente é o coordenador das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs). O oficial possui especializações em Comunicação Social e em Educação Física, além do Curso Superior de Polícia Integrada e possui MBA em Gestão de Segurança Pública.

Nos bastidores, a maior polêmica é a extinção da Secretaria de Segurança, que atuou no combate à corrupção policial (com a Draco-IE e também com o trabalho da Subsecretaria de Inteligência). Para o presidente da Associação Brasileira de Profissionais de Segurança, Vinicius Cavalcante, o Rio será o único estado da federação a não ter um órgão desse tipo acima das polícias Civil e Militar.

"Acho que a secretaria deveria ficar mais enxuta. Mas não acabar", analisou Vinicius Cavalcante. Na opinião do especialista a falta da pasta vai prejudicar a integração entre as forças. Para blindar o governador eleito, Cavalcante sugeriu a criação de uma Subsecretaria de Inteligência diretamente ligada ao gabinete do governador eleito, Wilson Witzel.

Afastamento de outras atividades

Entre os futuros secretários anunciados, ontem, pelo governador eleito, o advogado Lucas Tristão, que vai assumir a Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Geração de Emprego e Renda, emitiu nota explicando suas relações profissionais. Segundo o jornal 'Folha de São Paulo', Tristão é sócio de Witzel em escritório de advocacia no Espírito Santo e defende a Átrio Rio, fornecedora de mão de obra para o estado, num processo judicial em que a empresa contesta o resultado de licitação na pasta de Educação.

Em comunicado, Tristão afirmou que "sempre atuou pautado pela ética profissional", "já notificou a todos os seus clientes sobre a renúncia aos mandatos que exerce representando-os" e "renunciará a todos os processos e se desvinculará de toda atividade privada antes de assumir a pasta". Witzel, afirmou que "se desvinculará dos escritórios e de todas as suas funções profissionais até a data de sua titulação, como determina a legislação. O mesmo será exigido de todos os seus secretários até as suas respectivas nomeações".

Na semana passada, Witzel havia anunciado Otávio Leite para o Turismo, e Gutemberg de Paula Fonseca, como secretário de Governo, além do advogado Cássio Coelho para o Procon e Sérgio Aureliano para o Rioprevidência.

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