Inaugurado em 1929, imóvel é um projeto do arquiteto Pietro Campofiorito foi totalmente construído em concreto armado, uma novidade para a época. Construção fica na Av. Jansen de Melo com Praça do Expedicionário - FOTOS DE Estefan Radovicz
Inaugurado em 1929, imóvel é um projeto do arquiteto Pietro Campofiorito foi totalmente construído em concreto armado, uma novidade para a época. Construção fica na Av. Jansen de Melo com Praça do ExpedicionárioFOTOS DE Estefan Radovicz
Por WILSON AQUINO

Rio - Um prédio histórico que ao longo de cerca de 90 anos foi sede de diversos órgãos do estado transformou-se em um monumento que simboliza o abandono do patrimônio público. O primeiro arranha-céu da cidade de Niterói, construído em 1929, está sendo pilhado à vista de todos. Nem os elevadores do edifício escaparam da sanha dos saqueadores, que já roubaram tudo o que achavam que havia valor e ainda depredaram o imóvel.

A construção, cujo último inquilino foi a Escola de Contas e Gestão (ECG) do Tribunal de Contas do Estado (TCE), está vazia desde 2015, quando foi devolvida ao governo estadual. "Foram adotadas todas as providências para a entrega do imóvel, livre e desocupado, e em perfeitas condições de uso", informou o TCE, em nota.

Desde março deste ano, a Prefeitura de Niterói teria ficado responsável pelo prédio, que, inclusive, foi tombado pelo então prefeito João Sampaio, em maio de 1994, através da Lei Municipal nº 1.289. No entanto, a prefeitura afirmou, em nota, que o "município aguarda a cessão definitiva do prédio para poder restaurá-lo completamente e ocupá-lo. Enquanto isso, faz a ronda com guardas municipais, que prenderam três homens tentando furtar peças do edifício. Todos foram encaminhados para a polícia".

A inauguração do imóvel, situado na Avenida Jansem de Mello 3, no bairro São Lourenço, ocorreu em 2 de outubro de 1929. O projeto é do arquiteto Pietro Campofiorito, sendo que o prédio, de cinco andares, foi todo feito em concreto armado, o que era uma novidade na época. A estrutura do imóvel, comparada com outras edificações da década de 1920, foi considerada avançada, principalmente, por possibilitar a instalação de elevador, equipamento, até então, inédito.

Arquitetonicamente, a construção tem composição de linhas pré-modernistas e, originalmente, foi revestida por pó de pedra. O prédio foi construído para abrigar o Instituto de Fomento Agrícola do Estado do Rio de Janeiro, mas também foi sede da Secretaria de Agricultura e Trabalho, do Conselho de Contas do Estado, do Arquivo Público Estadual e da 1ª Inspetoria Regional do TCE-RJ. Em 2005, o imóvel foi restaurado para funcionar como Escola de Contas e Gestão do TCE, que ficou no local de 2010 a 2015, quando a ECG foi transferida para um edifício de três andares na Rua da Constituição, no Centro do Rio.

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