O Conselho Municipal de Cultura de Barra Mansa deverá emitir, em janeiro, parecer sobre a polêmica reforma do altar da Paróquia de São Sebastião, de 1859, a principal igreja da cidade do Sul Fluminense. Na noite da última quarta-feira, fiéis contra e a favor das obras lotaram a Câmara de Vereadores para discutirem o assunto. Fechado desde o fim de novembro, o templo só tem sido aberto para missas aos domingos, com tapetes sobre os escombros da frente do altar semidestruído. Um abaixo assinado será enviado nesta semana ao Papa Francisco, pedindo a intervenção do Vaticano.
Conforme o DIA vem divulgando, o projeto paroquial, com apoio da cúpula da Diocese de Barra do Piraí-Volta Redonda, prevê a construção de um outro painel gigante na frente do atual, que ainda permanece intacto e tem arte árabe-portuguesa, em azulejos vitrificados, e é datado de meados do século passado. A obra deverá custar mais de R$ 70 mil, apesar da diocese não revelar oficialmente os custos.
O bispo Francisco Biasin e o pároco Milan Knezovic alegam que as obras, criticadas nas redes sociais, seriam para "readequar o altar à lei de acessibilidade". Paroquianos e alguns padres da Congregação Verbo Divino, porém, acusam ambos de "implicarem com o desenho do antigo painel", supostamente por atribuírem a ele "inspiração maçônica".
Em entrevista à TV Rio Sul, Biasin procurou desqualificar a importância do painel atual. "A Igreja já foi totalmente descaracterizada por várias reformas". argumentou. Também em entrevista, o presidente do conselho, Marcelo Bravo, reforçou a intenção da prefeitura intermediar o debate. "Há a necessidade de se fazer um inventário da igreja", defendeu.