Crivella havia assinado decreto determinando o fim da cobrança do pedágio no sentido Fundão por 19 meses - Luciano Belford
Crivella havia assinado decreto determinando o fim da cobrança do pedágio no sentido Fundão por 19 mesesLuciano Belford
Por O Dia

Rio - O prefeito do Rio, Marcelo Crivella, informou neste sábado que a Prefeitura vai recorrer contra a liminar que permitiu à Lamsa voltar a cobrar pedágio no sentido Fundão da Linha Amarela. A afirmação foi feita em entrevista coletiva após inauguração de um campo de futebol na comunidade Santa Edwiges, em Brás de Pina, Zona Norte da cidade.

Na quinta-feira, Crivella assinou decreto determinando o fim da cobrança do pedágio no sentido Fundão por 19 meses. Numa auditoria feita por uma comissão das secretarias municipais de Transportes, de Infraestrutura e Habitação e da Controladoria Geral do Município, foram encontradas cobranças irregulares por parte da Lamsa, que somam cerca de R$ 223,9 milhões. A forma mais justa de devolução desses valores, segundo o prefeito, é beneficiar o usuário com a redução da tarifa, pela suspensão da cobrança em um dos sentidos da via.

Crivella estava na inauguração de um campo de futebol na comunidade Santa Edwiges, em Brás de Pina, Zona Norte - Divulgação

"Foi uma decisão (a liminar que determinou a volta da cobrança) que trouxe imenso desalento, até porque o Ministério Público tinha decidido junto com a Prefeitura. Decidiu a nosso favor. O que alega a juíza? Que o processo administrativo não tinha encerrado. Mas isso não desobriga o prefeito de tomar uma decisão, na medida em que todo o parecer técnico comprovava que havia grave prejuízo à economia popular, às pessoas, e foi o que fiz. Estamos tentando (derrubar a decisão judicial), e se não conseguirmos, vamos pedir a suspensão da liminar ao presidente do TJ (Tribunal de Justiça) – declarou Crivella. – Importante é que o povo inteiro do Rio de Janeiro sabe que é uma causa justa, não é possível pedágio a R$ 14,40, é muito caro. E se compararmos com a Ponte Rio-Niterói, a discrepância é ainda maior. Tenho certeza de que vamos vencer essa batalha, para o bem do povo do Rio", completou o prefeito.

A auditoria da Prefeitura encontrou cobrança até 60 vezes maior por serviços realizados na Linha Amarela. Um exemplo é o preço cobrado pela movimentação de placas de sinalização de trânsito, instaladas para orientação dos motoristas. A planilha de custos da Prefeitura estabelece esse valor em mil reais para uma placa de dez metros quadrados. A Lamsa, porém, cobrou R$ 60 mil pelo serviço.

MINISTÉRIO PÚBLICO

Crivella também comentou o inquérito instaurado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) sobre suposta participação do filho dele, Marcelo Hodge Crivella, na Prefeitura. O prefeito destacou que o MP não pode ter uma atuação baseada em notas de jornal.

"Sei que o Ministério Público quer reconstruir sua imagem, daquele período do Cabral, do Eduardo Cunha, em que o povo do Rio de Janeiro cobrava providências e só o MP Federal tomou medidas. Mas não é assim que vai recuperar sua imagem. Todos queremos um Ministério Público altivo, ousado. Mas não pode ser o Ministério Público das notinhas de jornal", afirmou Crivella.

INAUGURAÇÃO DE CAMPO DE FUTEBOL

Na comunidade Santa Edwiges, Crivella cortou a fita de inauguração do campo de futebol reformado pela Prefeitura. Ele foi abraçado por dezenas de crianças e chegou a chutar uma bola para a garotada brincar. O campo de futebol soçaite, com dimensão de 800 metros quadrados (20m x 40m), tem grama sintética e refletores que garantem as partidas noturnas. Do lado de fora, brinquedos para as crianças, como escorrega e gangorra. E Crivella determinou também que seja feita ali uma Academia da Terceira Idade, para o pessoal mais experiente se exercitar. A obra na Santa Edwiges durou três meses e custou R$ 360 mil. Onde antes havia apenas um espaço de terra batida agora há uma infraestrutura de lazer para os moradores.

"Hoje as crianças estão com muita alegria, correndo num campo novo, e isso, às vésperas do Natal, tem um significado especial", disse o prefeito.

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