O governador Witzel bate continência na posse do coronel Rogério Figueiredo de Lacerda no cargo de secretário estadual da Polícia Militar - Severino Silva/Agência O Dia
O governador Witzel bate continência na posse do coronel Rogério Figueiredo de Lacerda no cargo de secretário estadual da Polícia MilitarSeverino Silva/Agência O Dia
Por ANTONIO PUGA E RAFAEL NASCIMENTO

Rio - Com discurso baseado na promessa de ampliar o policiamento ostensivo nas ruas, inclusive em vias expressas e nas áreas de maior incidência criminal, o novo secretário de Polícia Militar, coronel Rogério Figueiredo de Lacerda, tomou posse nesta quinta-feira. Na Polícia Civil, o delegado Marcus Vinícius Braga, também empossado como secretário, anunciou reforço de 180 oficiais de cartórios nas delegacias a partir de segunda-feira. Durante a cerimônia, o governador Wilson Witzel polemizou ao dizer que "o Rio precisa de uma Guantánamo" prisão militar dos Estados Unidos, em Cuba.

Lacerda afirmou que uma das medidas concretas será a duplicação do efetivo das Rondas Especiais e Controle de Multidões (Recom), criado recentemente para patrulhar vias urbanas. "Iremos aumentar significativamente o policiamento nas principais vias do Rio; com isso iremos combater roubos de veículos, de rua e de cargas", prometeu Lacerda, que antes de assumir o novo cargo estava à frente da Coordenadoria de Polícia Pacificadora (CPP).

Na posse do secretário da PM no Batalhão de Choque, no Centro, Witzel disse que, a partir do próximo mês, os PMs passarão por treinamento para registrar boletins de ocorrência. "O PM perde muito tempo registrando ocorrência nas delegacias. Por que a PM não pode fazer isso? São todos policiais. Isso evita que alguns casos sejam levados para lá (delegacia), pois poderão ser resolvidos nas ruas e logo depois os delegados tomarão ciência", destacou o governador, sem divulgar quais crimes poderão ser registrados pelos PMs.

Witzel também anunciou uma série de programas em parceria com a Prefeitura do Rio, além da ampliação de escolas para os filhos de policiais militares e um programa habitacional. "Vamos fazer um trabalho para urbanizar a comunidade da Rocinha, com saneamento básico e serviços essenciais", completou.

GUANTÁNAMO

Em meio ao discurso, Wilson Witzel disse que os criminosos desafiam o estado. "Estão sambando na nossa cara. Não podemos fazer disso uma guerra. Temos que fazer Segurança Pública. Mas esse que leva o fuzil é o elo mais fraco de corrente. Por isso vamos investigar o elo mais forte, que é quem coloca o fuzil, quem dá o dinheiro. Esses que estão de fuzil na mão nas comunidades são terroristas, e como terroristas devem ser tratados. A lei antiterrorismo poderia aplicar penas de 50 anos, em unidades prisionais destacadas, longe da civilização. Precisamos ter a nossa Guantánamo", apontou o governador.

Inaugurada em 2002 pelo então presidente George W. Bush, Guantánamo abrigava 41 detentos até o ano passado. Autoridades americanas já chegaram a admitir uso de tortura contra presos no loca. 

 

Além do reforço na equipe da Polícia Civil, que atualmente opera com 30% da capacidade, com pouco menos de 9 mil profissionais, Marcus Vinícius Braga, garantiu que vai se dedicar a identificar criminosos que lavam dinheiro em benefício do tráfico de drogas. Com nome de Departamento-Geral de Investigação à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro, a estrutura deverá já ter no início neste mês 10 delegados e 80 agentes, que serão escolhidos a dedo.

Marcus Vinícius também garantiu rigor nas investigações de mortes a policiais. "Tem que ser investigada como prioridade no governo. Não vão mais matar policiais".

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