Rio - Ediego Constantino Medeiros, de 33 anos, filho do traficante Ernaldo Pinto de Medeiros, conhecido como Uê, foi morto a tiros na noite do último dia 20 em um dos acessos à comunidade Cavalo de Aço, em Senador Camará, Zona Oeste do Rio. Uê foi um dos traficantes mais ricos do Rio na década de 1990 e morreu carbonizado a mando de Fernandinho Beira Mar, Luiz Fernando da Costa, em 2002. A Delegacia de Homicídios da Capital investiga o crime.
De acordo com a Polícia Civil, diligências estão sendo realizadas em busca de testemunhas e imagens de câmeras de segurança que possam ajudar a encontrar os autores do assassinato. A investigação deve apurar também se o filho de Uê tinha relação com o tráfico de drogas. Familiares negam o envolvimento.
"Meu irmão não tinha nenhum tipo de envolvimento. De quem somos filhos não significa nada, até porque ninguém escolhe os pais. Ele era trabalhador, vivia pra sua família", afirma a irmã de Ediego, Érida Medeiros.
Em sua página do Facebook, a vítima publicava diversas fotos em homenagem ao pai e, em muitas delas, afirmava sentir saudades. A Mãe de Ediego e viúva de Uê, Mônica Medeiros, lamentou a morte do filho: "Meu Deus, como está difícil viver sem meu filho. Não sei se vou aguentar por muito tempo esse sofrimento sem fim". O filho de Uê deixou a esposa e três filhos.
Uê foi expulso do Comando Vermelho
Ernaldo Pinto de Medeiros, o Uê, foi expulso da facção criminosa Comando Vermelho (CV) após ser acusado de trair o grupo e comandar uma chacina que matou o traficante Orlando da Conceição, conhecido como Orlando Jogador, em 1994. A motivação era uma disputa por pontos de vendas de drogas no Morro do Alemão, Zona Norte do Rio.
Após a traição, o criminoso fundou a facção criminosa amigos dos amigos (ADA), que disputava o domínio do tráfico de drogas nas favelas cariocas com o CV. Nessa época, o criminoso morava com a família em uma mansão num condomínio no Recreio avaliada em R$700 mil.
Uê foi preso em 1996 e morto carbonizado em 2003, aos 33 anos, dentro do presídio Bangu 1, no Complexo de Gericinó, após uma rebelião ordenada por Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar.