Wilson Witzel durante uma visita ao Sambódromo com funcionários que trabalhavam no local - Luciano Belford
Wilson Witzel durante uma visita ao Sambódromo com funcionários que trabalhavam no localLuciano Belford
Por Lucas Cardoso

Rio - O governador Wilson Witzel falou, em coletiva realizada na tarde desta quinta-feira no Sambódromo, sobre a prisão do policial civil e instrutor de tiro Flavio Paca Castello Branco, por suspeita de extorsão. Flavio atuou como consultor de segurança de Witzel e foi capturado na Operação Quarto Elemento, da corregedoria da Polícia Civil. "Ele não é meu consultor de segurança. Não preciso de consultor de segurança, sou professor de direito penal. Sempre trabalhei para estabelecer minha política de segurança pública ouvindo acadêmicos da área",afirma. 

Questionado sobre sua relação com o ex-atirador de elite da Polícia Civil, o governador afirmou que eles foram colegas de faculdade. "Me formei com vários outros profissionais de Direito. Fui professor durante mais de 25 anos. A convivência com colegas de faculdade é normal. Agora, se algum ato ilícito foi cometido, que ele responda na justiça por qualquer fato que tenha praticado. Quem vai decidir a prisão dele é o juiz que a decretou. Se ele decretou é porque tem indícios suficientes de materialidade para fazê-lo", finaliza. 

 

Witzel também comentou sobre os desfiles do Grupo Especial na Sapucaí. "Com a imensa satisfação que nós estamos vendo, mais uma vez, o Carnaval do Rio no topo do interesse dos turistas. Isso demonstra o potencial do carnaval, do reconhecimento do estado. Há um cálculo aproximado de que vão ser gerados pela festa um retorno de R$ 2,6 bilhões. Nós estamos felizes por ter colaborado com isso através da lei de incentivo. São R$ 15 milhões para as escolas fazerem ensaios técnicos, desfiles, R$ 1 milhão para as escolas mirins e R$ 8 milhões para os blocos. Investimos para que não tenhamos os mesmos problemas do ano passado", comentou.

Sobre a possível interdição do Sambódromo, o governador foi taxativo: "Espero que os todos os envolvidos tomem as providências necessárias para que o carnaval aconteça. Não estávamos sabendo, até porque não administramos esse espaço (Sambódromo). Ele está cedido para o município, que está responsável. É com a RioTur. Eles precisam resolver esses problemas".

Governador não comentou caso de prisão em agenda na OAB

Mais cedo, o governador foi questionado pela reportagem sobre o caso em meio a uma agenda pública na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) do Rio, no fim da manhã. Ele determinou que os seus seguranças impedissem que os jornalistas o abordassem na saída do evento. Witzel e Pacca estudaram juntos na faculdade de Direito no Instituto Bennett entre 1992 e 1995 e, desde então, mantêm uma relação de amizade. O policial civil também foi candidato a deputado federal pelo PSC, mesmo partido do governador eleito. Na ocasião, teve apenas 4.118 e não se elegeu. Ele está na Polícia Civil desde 1999.

Termo de corrupção

Para uma platéia que estava na OAB, o governador disse que assinou um termo contra corrupção. "Assinamos um documento com a corregedoria e o nosso compromisso é com a lei, ordem e progresso. Respeitamos os trabalhos feitos pelas duas polícias (Militar e Civil). Estamos sofrendo críticas porque estamos sendo rigorosos. Eles (os políticos) até pedem minha interferência nas polícias. A polícia será rigorosa e está fazendo o trabalho sem interferência política. O meu papel é dar estruturas paras polícias trabalharem e pagar os salários", disse.

Nota enviada à imprensa

Em nota, o governo do Estado disse que a prisão foi resultado de uma parceria da Corregedoria da Polícia Civil com o Ministério Público. "E mostra que o meu governo não tolera nenhum ato ilícito, seja de quem for. Que ele tenha seus direitos garantidos, como qualquer cidadão. Mas seja quem for que tenha cometido ou cometa algum ato ilícito ou de corrupção, esta pessoa será punida de acordo com a lei".

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