A deputada Flordelis durante coletiva de imprensa - Luciano Belford
A deputada Flordelis durante coletiva de imprensaLuciano Belford
Por O Dia
Rio - A deputada federal Flordelis (PSD-RJ) disse, em entrevista à revista Veja, que desconfia que o filho adotivo Lucas dos Santos, de 18 anos, esteja envolvido no assassinato do pai, o pastor Anderson do Carmo,  com quem "teve problemas" após apanhar depois de roubar um outro irmão. Segundo ela, o filho não morava com eles desde o ano passado e não costumava aparecer sem avisar.
"Ele não morava com a gente desde o ano passado. Aí aparece nas câmeras da rua com duas mochilas por volta das 3 da manhã. Entra e sai da casa em minutos, de mãos vazias. O Lucas não tinha o hábito de aparecer sem avisar", disse à revista. Perguntada se desconfiava da participação dele no assassinato, ela confirmou com a cabeça. Ela também falou que as mochilas que ele levava no dia do crime foram localizadas, mas não deu detalhes. "Processo está correndo em segredo de justiça".
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De acordo com Flordelis, as desavenças entre o pastor e o filho adotivo eram por conta das atitudes do jovem. A principal delas seria o roubo a um outro irmão, quando o pastor deu um "corretivo" no rapaz. 
"Eles tinham problemas por causa dos erros do Lucas. Aos 14 anos, meu filho roubou uns relógios que o irmão colecionava, pôs para vender e nós descobrimos. Como a situação era grave, meu marido bateu nele como corretivo. Hoje está no tráfico", contou.
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A víuva, também investigada pela polícia no caso, disse que o marido era "muito temperamental" e que se "ouvia alguma ofensa, revidava" e lembrou de uma ameaça sofrida pelo pastor. "Que eu me lembre, a única pessoa que sei que chegou a ameaçá-lo de morte foi um ex-genro", revelou.
Enquanto joga luz para Lucas, ela descarta que o filho biológico, Flávio dos Santos, 38 anos, tenha participado do crime. "Não sei. A história não bate. Ele foi um dos primeiros a chegar ao meu quarto depois dos tiros. Saiu atrás da polícia, mas não encontrou a 'patrulhinha'. Já preso, me deixaram falar com ele rapidamente no telefone. Chorava, chorava, e só disse: 'Quero que as pessoas te deixem em paz, mãe'", falou.
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A parlamentar disse desconhecer qualquer motivo para a participação de Flávio na morte. "Não que eu saiba. Essa história de que o Anderson cuidava do nosso patrimônio com mãos de ferro não faz nenhum sentido. Aliás, ele administrava o dinheiro com a ajuda de três filhos", explicou.
Ela também descartou que o marido a traía e negou que o pastor molestasse as filhas, que, segundo a missionária, foi uma hipótese ventilada extraoficialmente. "Mas, mesmo se ele fosse um monstro, mereceria a prisão, e nunca a morte. Depois, conversei com minhas filhas, que negaram com muita firmeza terem sido abusadas".
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Flordelis rebate acusações de filho contra ela
Sobre as acusações feitas por um dos seus filhos que ela teria pago R$ 10 mil a Lucas para matar o pastor, Flordelis rebateu dizendo que não tinha nada a ganhar com a morte do marido. "Para os que acham que eu matei meu marido, peço que me deem um motivo para fazer isso. Eu não ganhei nada com a morte dele. Só perdi", se defendeu, falando que não "tem ideia" de quem seja o filho acusador.
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Quanto a colocar remédios na comida do marido, ela também negou, afirmando que dava para Anderson do Carmo todo dia "um medicamento contra ansiedade". Flordelis também respondeu sobre os celulares dela, do pastor e de Flávio não terem aparecido ainda, concordando ser "estranho" que tenha acontecido ao mesmo tempo, mas que outros itens sumiram na casa, como joias e dinheiro.