Mestre-sala e porta-bandeira, Paulo Barbosa e Maura Leal: ansiosos pela volta
 - Ricardo Cassiano/Agência O Dia
Mestre-sala e porta-bandeira, Paulo Barbosa e Maura Leal: ansiosos pela volta Ricardo Cassiano/Agência O Dia
Por Luana Dandara*
Rio - Depois de dois anos sem desfilar por conta de disputas políticas, a irreverente Caprichosos de Pilares deve, enfim, ressurgir das cinzas e voltar à cena do Carnaval no ano que vem. Aclamado presidente em 2017, Carlos Leandro conseguiu, judicialmente, assumir o cargo, há dois meses, e já tem grandes planos. A agremiação conta, ainda, com um majestoso padrinho: o bicampeão Leandro Vieira, da Mangueira, que se colocou à disposição para ajudar a conceber o desfile da escola que o lançou como carnavalesco, em 2015.
“A Caprichosos me abriu as portas do Carnaval, tenho eterno carinho e gratidão. Por isso, no que eu puder colaborar com minhas ideias, ajudar a desenvolver o enredo, se for preciso, estou a postos. Sou um entusiasta da volta da escola, que entende sua importância”, explicou Vieira.
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O retorno da Azul e Branco repercutiu com muita animação pelas ruas de Pilares. “Para o bairro é uma conquista. A Caprichosos tem uma história da qual toda a comunidade participou. Torço para retomar o brilho que já teve”, afirmou a moradora Bia Monteiro, 53 anos.
Isis Monteiro, sua neta, Isis, e Bia: comemoração pela volta aos desfiles - Ricardo Cassiano / Agência O Dia
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Dono de uma banquinha de frutas no Largo de Pilares, Ademir Santana, 60, está ansioso para a volta dos ensaios na quadra. “Sou Caprichosos desde que nasci. Minha expectativa é que volte com a mesma garra e os enredos irreverentes”, empolgou-se o comerciante.
Ambição parecida à do casal de mestre-sala e porta-bandeira, Paulo Barbosa e Maura Luísa Leal. “É uma honra poder representar a Caprichosos. Esperamos muito por esse momento”, contou Maura.
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Local do desfile
Por conta do imbróglio na presidência, a Caprichosos atualmente figura na Série E, última divisão do Carnaval carioca, que desfila na Intendente Magalhães, mas sem receber qualquer tipo de subvenção municipal. O presidente Carlos Leandro pretende, no entanto, entrar com um pedido judicial, nas próximas semanas, para voltar a brilhar na Série A ou B.
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“Estamos no grupo E por uma ilegalidade, fomos impedidos de desfilar por não ter ata registrada. Porém, isso acontecia desde 2014 e a Caprichosos desfilava. O problema era de cunho pessoal. Não quero virada de mesa, só reverter essa injustiça”, defendeu Carlos. Caso o pedido não seja deferido, o presidente prometeu se apresentar em qualquer divisão. “Sem desfilar, a Caprichosos não vai ficar mais um ano. Vamos colocar um Carnaval na rua com a qualidade e a cara da escola”.
Dono de um bar na região, Luiz Pereira, 62, já confirmou presença no desfile e torce pela reedição do enredo ‘E por falar em saudade...’, de 85. “Estarei com a Caprichosos aonde for. Vou colocar samba para concorrer, vou desfilar, se precisar até varro a Avenida”.
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Luiz Pereira já confirmou presença no desfile do ano que vem - Ricardo Cassiano / Agência O Dia
O recadastramento da comunidade acontece nas segundas e quintas-feiras, às 20 horas, na quadra, na Rua Faleiros, Pilares. É preciso levar uma foto 3x4, RG, CPF e comprovante de residência.

Briga pela escola não terminou
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Para o presidente da Caprichosos, a colaboração voluntária de Leandro Vieira foi uma surpresa. “Não tenho nem palavras para agradecer. A maioria esquece de onde veio e ele mostrou o contrário”, pontuou Carlos Leandro, que teve o avô e o pai no comando da agremiação. “Vou me doar ao máximo e só não fiz antes porque fui impedido. Pretendo fazer obras na quadra e resgatar a presença da comunidade”.
A disputa com o ex-deputado Paulo de Almeida, todavia, ainda não acabou. O ex-político entrou com recurso para cancelar o registro da família Leandro. “Mas confio na Justiça, fui eleito legitimamente”, finalizou Carlos.
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Sobre o enredo para 2020, a Azul e Branco deve reeditar um de seus marcantes carnavais. “É uma corrida contra o tempo, por isso um novo enredo seria arriscado. Mas será uma Caprichosos renovada”, ponderou o diretor de Carnaval, Henrique Bianchi.
Casal de mestre-sala e porta-bandeira junto ao diretor de Carnaval da Caprichosos Henrique Bianchi: <aspas>Estamos restaurando a escola e contamos com a comunidade<aspas>, disse Bianchi - Ricardo Cassiano / Agência O Dia
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*sob orientação de Clarissa Monteagudo