Jonas Rocha Mataini, o Rato, se machucou ao tentar fugir dos policiais - Luciano Belford / Agência O Dia
Jonas Rocha Mataini, o Rato, se machucou ao tentar fugir dos policiaisLuciano Belford / Agência O Dia
Por RAFAEL NASCIMENTO
Rio - Escutas autorizadas pela Justiça às quais a Polícia Civil o Ministério Público estadual (MPRJ) tiveram acesso mostram que a quadrilha alvo da Operação Madre IIrealizada nesta quarta-feira, vendia drogas através de um serviço de "delivery". Os traficantes recebiam o pedido e faziam a entrega em diversas áreas das comunidades Corte 8, Parada Angélica e Santa Lúcia, em Duque de Caxias.
"No 'delivery', a pessoa ligava e pedia um tipo de drogas e a qualidade, negociava e marcava um ponto de encontro — nas proximidades da região. Então, dois integrantes que conseguimos identificar, dois mototaxistas, faziam a entrega", explica o promotor Fabio Corrêa, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público estadual (Gaeco/MPRJ).
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De acordo com as investigações, toda a atuação da organização criminosa é comandada à distância por Fábio Pereira de Souza, o Fabinho, de 38 anos. Apesar de controlar o tráfico dessas comunidades, ele se esconde na Vila Cruzeiro, no Complexo da Penha, na Zona Norte da capital. Os policiais estiveram no endereço dele, nesta manhã, mas ele não foi encontrado.
Da esquerda para a direita: Fábio Pereira de Souza (Fabinho), Tatiana Dias Sant'Anna (Tia) e Marcos Vinícius da Silva Gonçalves (Lateral) - Reprodução
ARMAS
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Da Vila Cruzeiro, além de ordens, Fabinho enviava também armas para seus comparsas de Caxias. A responsável pelo transporte dos armamentos é Tatiana Dias Sant'Anna, a Tia, 37, que também é umas das procuradas da ação de hoje. As armas eram levadas para lá de carro e até de ônibus.
Quem também transportava drogas entre as regiões era Marcela de Oliveira Gomes, 23, presa nesta quarta. Em uma das escutas, os policiais ouviram o traficante Marcos Vinícius da Silva Gonçalves, o Lateral, 35, pedir para que Marcela, com quem é casado, levasse fuzis da Vila Cruzeiro para Caxias dentro de uma mochila.
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"Ela fazia isso porque não chamava a atenção. Além disso, ela organizava outras pessoas para serem 'mulas' também", o promotor conta.
Marcela de Oliveira Gomes - Rafael Nascimento / Agência O DIA
ROUBO DE CARGAS
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Além do tráfico de drogas, os traficantes do Corte 8, Parada Angélica e Santa Lúcia também agem roubando cargas de caminhões que trafegam pelas várias rodovias que cortam a região. Jonas Rocha Mataini, o Rato (preso hoje), 25, era o responsável por levar as cargas roubadas para dentro das comunidades. Uma vez roubadas, elas são vendidas no interior das comunidades.
"Eles subjugam os moradores da localidade com mãos de ferro. Além disso, eles se utilizam de acessos fáceis a vias para praticar roubos de carros e cargas", Corrêa enfatiza. "Hoje, pudemos identificar diversas barricadas e isso mostra como eles atuam para dificultar a chegada da polícia".
Um dos presos da operação - Luciano Belford / Agência O Dia