São mais de 40 mandados de prisão - Luciano Belford / Agência O Dia
São mais de 40 mandados de prisãoLuciano Belford / Agência O Dia
Por RAFAEL NASCIMENTO e RAI AQUINO
Rio - A Delegacia de Homicídios da Capital (DH) realiza, desde as primeiras horas da manhã desta quarta-feira, uma megaoperação contra traficantes de Duque de Caxias envolvidos em diversos homicídios. Na Operação Madre II, como foi batizada, os policiais pretendem cumprir 44 mandados de prisão e 35 de busca e apreensão em comunidades do município da Baixada Fluminense e na Vila Cruzeiro, na Zona Norte da capital.
Até o momento sete pessoas foram presas e foram apreendidos munições, anotações e dinheiro. Um dos presos, Jonas Rocha Mataini, conhecido como Rato, se machucou na cabeça ao tentar fugir dos policiais. Antes de ser levado para a sede da DH, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste da capital, ele passou pelo Hospital Lourenço Jorge.
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Dos mandados de prisão, 27 são de indiciados a partir do inquérito do assassinato do sargento da PM Douglas Fontes Caluetê, em 7 de junho de 2018, em Gramacho. Os outros 17 são alvos de investigações de crimes cometidos no município.
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"São 27 mandados de prisão pela Madre II e os outros mandados por crimes pendentes que aproveitamos para tentar cumprir", destaca o titular da DH, o delegado Daniel Rosa, reforçando que até o momento  não houve confronto. "Esperamos alcançar mais criminosos ao longo do dia".
Jonas Rocha Mataini, o Rato, se machucou ao tentar fugir dos policiais - Luciano Belford / Agência O Dia
Os mandados estão sendo cumpridos principalmente no Corte 8, Parada Angélica e Santa Lúcia, onde há muitas barricadas. Os traficantes dessas regiões são liderados pela quadrilha que age na Vila Cruzeiro, que fica no Complexo da Penha. Os acusados respondem por tráfico, associação para o tráfico, roubo e homicídio.
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A quadrilha é liderada por Fábio Pereira de Souza, conhecido como Fabinho, contra quem há um mandado de prisão em aberto por associação para o tráfico, e é considerado foragido da operação. Daniel Rodrigues da Silva, o Boca Rosa, e Paulo Ricardo de Oliveira Gomes, o Rex, são os principais aliados de Fabinho na região, e que também são procurados.
De acordo com as investigações, Fabinho é o responsável pelo abastecimento de drogas, armas e munições, enquanto Rex e Boca Rosa comandam as comunidades, controlando a distribuição do lucro obtido com as ações criminosas. Rex e Boca Rosa também orientam os demais integrantes da quadrilha sobre o posicionamento de "olheiros" e "radinhos", que avisam a chegada de policiais à região.
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"Eles tinham uma atuação muito sanguinária, controlavam com rigor e duras penas aqueles moradores daquelas comunidades, implementando o terror, com base em ameaças com armas de fogo que tinham", enfatiza Rosa. "Eles faziam também vendas drogas naquela região, além de matar rivais durante a disputa pelo controle da região".
Um dos presos da operação - Luciano Belford / Agência O Dia
Veja o momento em que os agentes chegam a um dos endereços!
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MORTE DE PM
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As investigações do caso começaram após a conclusão do inquérito do assassinato do PM Douglas Fontes. O militar morreu quando foi reconhecido como policial durante um assalto em Gramacho. Na ocasião, a mãe do agente, Maria José Fontes, 56, morreu ao ver o corpo do filho.

Pouco menos de um mês depois, a Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) prendeu quatro envolvidos no crime, que são da quadrilha do Complexo da Mangueirinha, em Caxias, outra comunidade da região sob domínio do mesmo grupo. Um deles é Luiz Philipe Rocha Marins, o Tilu, que teria participação direta no homicídio.
Na época, a operação para a prisão dos suspeitos foi denominada Madre, em homenagem à mãe do policial morto, e apreendeu um celular, importante para a investigação.
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"A partir daí começamos a abrir a investigação para identificar essa organização criminosa ligada ao tráfico de drogas daquela localidade. Fizemos algumas incursões e recolhemos materiais, como agendas com anotações sobre essa quadrilha", destaca o promotor Fabio Corrêa, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público estadual (Gaeco/MPRJ).
Mandados estão sendo cumpridos em Duque de Caxias - Luciano Belford / Agência O Dia
Um dos novos crimes praticados pela mesma quadrilha está o homicídio de Diogo Henrique de Souza, em 7 de outubro de 2018. Segundo as investigações, quem matou Diogo foi Paulo Ricardo de Oliveira Gomes (Rex).
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"Também identificamos que a quadrilha estava envolvida com o roubo de carros, cargas e conseguimos identificar a ligação com o trágico de drogas do Complexo da Penha", o promotor acrescenta.
A ação de hoje também conta com policiais da DHBF, da Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo (DHNSG) e da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core).
Divisão de Homicídios comanda a operação - Luciano Belford / Agência O Dia