Parte do material foi recuperado pelos agentes de controle da concessionária, mas a maioria das janelas foi totalmente danificada ou perdida - Divulgação
Parte do material foi recuperado pelos agentes de controle da concessionária, mas a maioria das janelas foi totalmente danificada ou perdidaDivulgação
Por O Dia
Rio – Torcidas organizadas protagonizaram um episódio de vandalismo no sistema ferroviário fluminense na noite de quarta-feira. Antes e depois do jogo Botafogo x Atlético MG, realizado no início da noite no estádio Nilton Santos, torcedores arrancaram mais de trinta janelas de quatro composições dos ramais Japeri e Santa Cruz. Duas dessas composições foram depredadas durante viagens extras, que são normalmente oferecidas pela concessionária após os jogos no Maracanã e no Nilton Santos, fora do horário regular de circulação dos trens, para garantir o retorno do público para casa.

Um grupo de torcedores do Botafogo removeu com socos e chutes 24 janelas de apenas um desses trens, quando a composição passava no trecho entre as estações Vila Militar e Deodoro, no sentido Santa Cruz. Parte do material foi recuperado pelos agentes de controle da concessionária, mas a maioria das janelas foi totalmente danificada ou perdida. Apenas uma das quatro composições danificadas pode voltar a circular na manhã desta quinta. As demais permanecem nas oficinas para reparos.
Antes e depois do jogo entre Botafogo e Atlético MG, realizado no início da noite no estádio Nilton Santos, torcedores arrancaram mais de trinta janelas, diz Supervia - Divulgação
Emboscada em estação da SuperVia
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Essa não foi a única ameaça de torcidas organizadas ao sistema na noite de ontem. Por volta da meia-noite, a concessionária recebeu a informação de que um grupo de cerca de 30 torcedores do Flamengo estava posicionado no mezanino externo da estação Marechal Hermes aguardando torcidas organizadas no Botafogo desembarcarem no local. O Flamengo também jogou ontem, no Equador, contra o Emelec, pela Copa Libertadores.

Neste horário, a estação estava fechada para embarque, mas ainda em funcionamento, aguardando o desembarque dos passageiros que viajavam nas composições extras. Eles partiram da estação Olímpica de Engenho de Dentro após o jogo. Para garantir a segurança de passageiros e funcionários, o Centro de Controle Operacional da SuperVia ordenou que os trens não realizassem paradas nesta estação até a chegada da Polícia Militar, que foi informada sobre a situação.

Apenas uma composição que já estava próxima do local não pode parar em Marechal Hermes. As demais realizaram as paradas previstas, depois que viaturas do Grupamento Especial de Policiamento em Estádios (Gepe) se deslocaram para o local e contiveram os torcedores, já fora da estação. Agentes de controle da SuperVia apoiaram a ação.

Histórico de destruição e funcionário ferido
A SuperVia já registrou diversos casos de depredações de trens e estações por torcidas organizadas. Durante o Campeonato Carioca do ano passado, 38 janelas e seis visores de portas dos trens extras foram arrancados em dias de partidas do Botafogo, Vasco, Flamengo e Fluminense. Além disso, a concessionária também registrou danos em um painel indicador de destino.

Em 22 de março também do ano passado, após o clássico entre Flamengo e Fluminense, pela semifinal da Taça Rio, no estádio Nilton Santos, um grupo de torcedores que viajava em um trem no sentido Japeri portando pedras e pedaços de pau foi abordado por seguranças da SuperVia na estação Marechal Hermes. Eles atiraram os objetos contra os funcionários e um deles acabou ferido no rosto. O Gepe foi acionado e um dos torcedores foi levado para a 30ª DP. Ainda em 2018, no dia 18 de julho, seis trens foram vandalizados após Flamengo e São Paulo, no Maracanã.