Rio - Não é de hoje que a humanidade busca por diferentes formas de aumentar o prazer e melhorar a performance entre quatro paredes. Quem nunca se questionou se está, de fato, agradando ao parceiro ou à parceira — e até a si mesmo — na hora do rala e rola? Técnicas não faltam. A última, por exemplo, surgiu de uma declaração feita pela cantora Anitta, que afirmou ter participado de aulas de massagem tântrica. "Sabia que tem um curso de tocar testículos, no Brasil? Eu já fiz", declarou ela, no programa colombiano "The Juanpis Live Show". Mas será que isso funciona? O fato é que existem técnicas que prometem prolongar o orgasmo e estimular o corpo de forma integral. Uma delas é feita através do Tantra, filosofia milenar que tem ajudado muita gente a ter uma vida sexual livre e satisfatória.
"Acredito que o curso (citado por Anitta) teve muito mais ensinamento do que somente o foco nos testículos. Viemos ao mundo para aprender tudo. O homem descobriu como ir à Lua, mas ainda tem receio e tabu quando o assunto é vida íntima", destaca Nelma Penteado, especialista em artes sensuais.
Embora a massagem tântrica tenha nascido há mais de cinco mil anos na Índia, ela ainda é um mistério para muitos. Além de prolongar o orgasmo, sua função é despertar a libido. "Muda a forma como você enxerga seu corpo, seu prazer e todas as suas habilidades. Reduz ansiedade no momento íntimo, auxilia na cura de traumas da intimidade, ajuda na ejaculação precoce, entre outras maravilhas", destaca Nelma.
E tudo isso pode ser aprendido em cursos com profissionais qualificados. O procedimento, geralmente, acontece em salas, onde terapeuta, aluno e modelo — que deve ser formado em massagem tântrica — participam. "Tudo acontece com o maior respeito. Funciona como uma aula de anatomia", explica ela, que faz um alerta: "Não existe sexo em uma sessão. Deve-se desconfiar de terapeutas que canalizam para esse viés puramente sexual", ensina.
A prática ainda ajuda a despertar a Kundalini, energia vital que dá movimento à vida. O desabrochar dessa força transita por todos os chakras (pontos vitais de energia espiritual espalhados pelo corpo, segundo religiões orientais), equilibrando o indivíduo. "É a nossa energia sexual, vital e criativa. No momento em que você desperta a Kundalini, ela transforma todas as áreas da sua vida. Muitas vezes você pode estar travado numa questão profissional e criativa e nem imagina que isso tem a ver com a energia sexual", destaca a terapeuta e escritora Carol Teixeira.
A massagem tântrica é praticada há anos por mulheres na Índia e, hoje, tem salvado relações no Brasil. "Através do Tantra, os casais redescobrem a força da vulnerabilidade e potencializam o amor. Muitos casamentos são salvos por esse novo olhar", destaca Carol. "Qualquer um está apto a fazer o curso. Já ministrei para pessoas cegas, surdas e das mais variadas idades", diz Nelma.
O ator João Vicente de Castro também revelou que fez o curso e não se arrepende. "Durou quatro horas (o sexo tântrico). O Tantra me ensinou a entender que sexo vai além da penetração. Tem escuta, o toque naquela região nem tão erógena", afirmou ele, no programa 'Papo de Segunda', do GNT. Di Ferrero e Isabeli Fontana, casados desde 2016, contaram recentemente no "Altas Horas", da Globo, que transaram por três dias. "Eu e a minha mulher já praticamos o sexo tântrico. Eu me sinto mais disposto", declarou.
Nas aulas, o aluno não precisa estar sem roupa, nem tocar nas genitálias do modelo. Segundo Carol, a massagem ainda pode curar outros transtornos. "Grandes curas são feitas com o Tantra. Ele é ótimo para acessar o subconsciente. Tem efeitos catárticos maravilhosos, que fazem a pessoa se livrar das couraças emocionais", diz.
Prova disso é a evolução da administradora Maria Fernanda de Castro, de 35 anos. Segundo ela, a massagem tântrica a livrou de problemas psicológicos. "Tive muitas crises de ansiedade e depressão na adolescência, por questões ligadas ao corpo. Hoje, depois de me conectar comigo mesma, aprendi a me aceitar como sou", declara. A prática também é aprovada pela sexóloga Juliana Almeida. "Em um mundo acelerado e conectado, praticar esse tipo de terapia é indicado, já que leva a pessoa a olhar para seu interior", diz.