O carro do PM ficou com várias marcas de tiros - Reginaldo Pimenta / Agência O Dia
O carro do PM ficou com várias marcas de tirosReginaldo Pimenta / Agência O Dia
Por RAFAEL NASCIMENTO e RAI AQUINO
Rio - Um PM e um motociclista foram baleados em duas ações diferentes praticadas pelos mesmos bandidos que estavam em um Fiat Freemont e uma Hyundai HB20, no fim da madrugada desta segunda-feira, na Linha Amarela. O dois casos aconteceram no sentido Fundão da via expressa, ambas na altura da Zona Norte, pouco antes das 6h. O motociclista, Daniel Miranda Nascimento, de 30 anos, que é auxiliar de serviços gerais, foi atingido na pena por uma bala perdida no segundo ataque dos criminosos.
De acordo com testemunhas, o caso envolvendo o PM, o sargento João Nepumoceno dos Santos, 44, aconteceu na altura de Maria da Graça. O policial estava em uma Toyota Hilux a caminho do 5º BPM (Praça da Harmonia), onde é lotado, quando foi abordado pelos bandidos, que estavam armados com pistolas e fuzis. Ele reagiu e houve uma intensa troca de tiros, quando foi atingido na coxa esquerda. O tiro saiu pela parte direita de sua nádega.
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Os bandidos fugiram e o policial foi socorrido por colegas da UPP Nova Brasilia (Complexo do Alemão). Ele foi levado ao Hospital Geral de Bonsucesso (HGB) e, de acordo com a assessoria do hospital, por volta das 9h, aguardava atendimento de ortopedistas na sala vermelha da unidade. Por volta das 10h30, o agente recebeu alta e deixou o HGB com a perna esquerda enfaixada.
"Estou bem graças a Deus", Nepumoceno disse ao DIA, ao deixar a unidade.
Sargento Nepumoceno deixou o Hospital de Bonsucesso por volta das 10h - Reginaldo Pimenta / Agência O Dia
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ARRASTÃO EM BONSUCESSO
Depois de balearem o PM, os bandidos seguiram pela Linha Amarela e fizeram um arrastão poucos metros depois, na altura de Bonsucesso. Na nova ação, eles roubaram uma Ford Ranger e pertences de outros motoristas.
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Os criminosos atiraram diversas vezes a esmo, quando o motociclista, que passava pela região, foi baleado. Ele foi socorrido por agentes da Linha Amarela no Hospital Lourenço Jorge, na Barra, e, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, passa bem.
De acordo com policiais envolvidos nas ocorrências, um dos bandidos que participou dos dois casos deu entrada baleado também no Lourenço Jorge e morreu. Ele ainda não foi identificado.
O policial foi abordado na altura de Inhaúma - Reginaldo Pimenta / Agência O Dia
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MAIS DE 20 TIROS
O carro do policial que foi o primeiro alvo dos assaltantes ficou com mais de 20 marcas de tiros. Os furos provocados pelos disparos foram vistos por toda a lataria do veículo, principalmente na parte da frente. Dois pneus foram atingidos e várias cápsulas de bala foram encontradas no chão.
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As vítimas dos dois casos foram para a 21ª DP (Bonsucesso) para prestar depoimento. Lá, o enteado do motociclista, que não quis se identificar e tem 22 anos, contou que estava na garupa da moto, quando ele e o padrasto ficaram cara a cara com os criminosos.
"Na hora que o meu padrasto cortou um ônibus, ficamos na frente dos meliantes. Eu vi os roubos e quando eles começaram a atirar para cima de forma avulsa", disse, avisando que o motociclista foi atingido nesse momento. "Foi um desespero total. Foi Deus que abençoou a gente. Graças a Deus estamos vivos".
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O rapaz estava a caminho do Centro e o padrasto de Botafogo, na Zona Sul. Um trajeto que eles, que são de Jacarepaguá, na Zona Oeste, fazem todos os dias para trabalhar.
"A gente sai para trabalhar de manhã, tem a nossa família e não sabe se vai voltar. É complicada a vida", o jovem lamenta. "O tiro poderia pegar no peito ou na cabeça, mas graças a Deus foi só um tiro na perna e estamos com saúde".
As cápsulas no local da tentativa de assalto ao PM - Reginaldo Pimenta / Agência O Dia
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VÍTIMAS DO ARRASTÃO
Além da Ranger, os bandidos também fizeram pelo menos um outro motorista vítima, levando o celular dele. Na 21ª DP, ele é engenheiro civil e estava em um Volkswagen Fox branco a caminho do trabalho, em São Gonçalo. 
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"Eu vi a HB20 fechar a Ranger. Ela freou e eu bati na parte traseira. Eu sai do carro e vi os bandidos assaltando o rapaz", relembra. "Nisso, eu me segurei dentro do carro. Ma um rapaz com pistola me pediu o celular. Eu entreguei, o celular caiu no chão, cheguei a ficar com medo de levar um tiro, mas eles saíram correndo".
O engenheiro afirma que, durante os disparos se protegeu atrás do seu automóvel, quando viu o motociclista baleado.
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Ele é de Barra do Piraí, no interior do estado, está no Rio há apenas três semanas por causa de um novo emprego. A esposa está grávida de quatro meses
"É algo muito surreal. A gente vê na TV e não acha que vai acontecer com a gente. A gente se sente refém da criminalidade. Você não sabe se pode voltar a trabalhar, se não pode, se vai acontecer de novo... você fica com medo", lamenta.
Motoristas se protegeram dos tiros disparados pelos bandidos - Reprodução / Bangu ao Vivo