Sérgio Cabral é condenado mais uma vez na Lava Jato do Rio
A condenação foi no âmbito da Operação Ratatouille, que mira um esquema de corrupção no fornecimento de alimentação de merenda escolar e alimentação de detentos no Governo do Estado do Rio
Rio - O ex-governador Sérgio Cabral foi condenado em primeira instância nesta terça-feira no âmbito da Operação Ratatouille, deflagrada pelo Ministério Público Federal em junho de 2017. A pena, assinada na sentença do juiz Marcelo Bretas, titular da 7ª Vara Federal Criminal do Rio, é de 18 anos de reclusão. Esta é a décima condenação do ex-governador em primeira instância. Cabral está preso desde novembro de 2016 e é réu em 29 processos. Suas condenações acumulam pena de 215 anos e 11 meses de prisão.
Além dele, Luiz Carlos Bezerra, operador financeiro de Cabral, foi condenado a 5 anos e 6 meses de prisão. O empresário Marco Antônio de Luca também foi condenado por Bretas a 32 anos de reclusão.
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A denúncia do Ministério Público se deu a partir de depoimento prestado por Luiz Carlos Bezerra. Ele apontou que o setor de fornecimento de alimentação e prestação de serviços especializados do Governo do Estado também representava um braço da "organização criminosa" que se alastrou diversos segmentos do governo.
Segundo a denúncia Carlos Miranda e Luiz Carlos Bezerra atuavam como operadores financeiros de Sérgio Cabral, recebendo e repassando as vantagens indevidas proveniente de Marco Antônio de Luca, sócio da Masan Serviços Especializados LTDA, principal contratada do governo para prestar fornecimento de merenda escolar e alimentação de detentos. Carlos Miranda não foi condenado nesta terça-feira na ação.
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Consta da denúncia que entre janeiro de 2007 e 9 de novembro de 2016, Cabral, Miranda e Bezerra receberam por pelo menos 82 vezes vantagens indevidas de Marco Antônio de Luca, sócio da empresa Masan Serviços Especializados LTDA. A quantia contabilizada totaliza R$ 16.711.700,00 (dezesseis milhões, setecentos e onze mil e setecentos reais), em razão dos contratos firmados com o Estado do Rio.
Em nota, a defesa de Sérgio Cabral afirmou que vai recorrer da sentença, em especial por não concordar com a pena aplicada. "De qualquer forma, a postura de auxiliar as autoridades será mantida", diz.