Helicóptero da Polícia Civil durante operação em comunidade carioca - Reprodução vídeo / WhatsApp O DIA (98762-8248)
Helicóptero da Polícia Civil durante operação em comunidade cariocaReprodução vídeo / WhatsApp O DIA (98762-8248)
Por Maria Luisa de Melo
Rio - Quem mora ou circulou pela Região Metropolitana do Rio de Janeiro nos primeiros sete meses deste ano teve que conviver com nada menos do que 4.878 tiroteios, segundo levantamento do laboratório de dados Fogo Cruzado. Ou seja, uma média de 23 trocas de tiros por dia. O número corresponde a praticamente um tiroteio por hora. Entre as regiões mais afetadas, estão a Vila Kennedy, na Zona Oeste; o Complexo do Alemão e a Tijuca. A Cidade de Deus e a Praça Seca, ambos na Zona Oeste, também estão entre os bairros mais atingidos (veja o infográfico).
No mesmo período do ano passado, Vila Kennedy, Complexo do Alemão, Cidade de Deus e Praça Seca já figuravam entre os lugares mais afetados. Já a Tijuca, que não aparecia no ranking, deixou para trás a conflagrada Rocinha.
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Com tantos tiroteios, os moradores se queixam da dificuldade de ir e vir. "Antes do dia 9 deste mês, os tiroteios ocorriam diariamente e sempre no período da manhã, na hora em que alunos e trabalhadores estão saindo de casa", queixa-se uma moradora do Morro do Borel. Ela aponta a data em que o estudante Gabriel Pereira, de 18 anos, foi baleado como uma trégua nos tiroteios que ocorriam diariamente no morro.
Ainda de acordo com os dados do Fogo Cruzado, dos 138 casos registrados na Tijuca, em 13 havia a presença de agentes de segurança. Dos 13, oito registraram mortos ou feridos. A maior parte dos tiroteios registrados ali se deu em comunidades da região, mas também houve registros no asfalto, como nas ruas Barão de Mesquita, Avenida Maracanã, Professor Gabizo, Afonso Pena e José Higino.
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Além do aumento de tiroteios, o bairro também registrou crescimento de letalidade violenta (de 13 para 19 casos nos primeiros sete meses deste ano, em comparação com o ano passado). O aumento deu-se por conta do crescimento de mortes decorrentes de intervenção policial. Os números são duramente criticados pela socióloga Sílvia Ramos. "A polícia deveria agir com inteligência e investigação para desarticular quadrilhas e não entrar como parte das disputas, deixando a população no meio do tiroteio", destacou.
Em nota, a Polícia Militar disse que as ações da corporação "são pautadas por planejamento prévio e executadas dentro da lei, tendo como principal preocupação preservar vidas".
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