Em meio à alta da covid, RJ descarta recuo em flexibilizações, inclusive no Réveillon
Cláudio Castro disse que não haverá restrições de circulação. Segundo ele, 'a pessoa tem o direito de ir e vir' e cabe ao estado abrir leitos e fazer testes
Por Yuri Eiras
Rio - O governador em exercício do Rio, Cláudio Castro (PSC), voltou a afirmar que não vai endurecer as medidas de restrição de circulação nem mesmo durante o Reveillón, apesar da alta de casos de Covid-19. Castro afirmou que, ao estado, não cabe fiscalizar o "ir e vir", mas "abrir leitos e fazer testagens". As declarações foram dadas à imprensa no Palácio Guanabara, em Laranjeiras, Zona Sul do Rio, após apresentação do plano de contingenciamento das chuvas do verão.
"A pessoa tem o direito de ir e vir. O poder público não pode proibir isso (a circulação da população na praia durante o Réveillon). Podemos conter proibindo o estacionamento na orla, por exemplo. Mas, ninguém pode proibir a pessoa de ir caminhando até a praia. Nosso papel é aumentar os leitos, fazer conscientização e sermos rígidos com quem tem tentado burlar o estado fazendo eventos irregulares", afirmou Castro.
"Não haverá recuo. Nós continuamos no nosso plano de abertura de leitos. Há uma decisão do STF falando que a restrição é competência dos municípios. O trabalho do estado é abrir leitos, fazer testagem", completou.
Castro rechaça possibilidade de Rio assumir vacinação e reforça confiança no plano nacional
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Na coletiva, o governador em exercício voltou a dizer que o estado do Rio não pretende elaborar um projeto de vacinação à parte e que vai aderir o plano nacional. Cláudio Castro disse que não pode "politizar" o tema das vacinas, e que não faz diferenciação entre a nacionalidade da farmacêutica que oferecer o produto: "Se tiver aprovada, não estou nem aí". O Ministério da Saúde ainda não divulgou datas da chegada e distribuição das vacinas à população.
"Nós somos referência mundial em imunização. A equipe que está na Anvisa é a mesma dos governos do PSDB, PT. A gente não pode politizar esse tema. A Anvisa é totalmente técnica. A nossa imunização de país é referência no mundo inteiro. Eu acho que não seguir o plano nacional de imunização é deixar a lógica de país e chamar para si. O Rio de Janeiro continuará usando plano de imunização. Agora, qual é a vacina que vem...Se tiver aprovada pela Anvisa, não estou nem aí qual é. Se chegar amanhã a vacina, nós estamos 100% preparados", disse Castro.
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A fala aproxima Castro do governo federal e o afasta do espectro de governadores que têm confrontado a condução do Ministério da Saúde. O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou para o fim de janeiro o início da vacinação do estado pela CoronaVac, da farmacêutica chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantã. No estado, o município de Niterói também já se antecipou e anunciou a vacinação aos moradores pelo imunizante chinês.