Rio,15/09/2019 -COPACABANA- Rio de Janeiro recebe 12º Caminhada em Defesa da Liberdade Religiosa.Foto: Cléber Mendes/Agência O Dia - Cléber Mendes
Rio,15/09/2019 -COPACABANA- Rio de Janeiro recebe 12º Caminhada em Defesa da Liberdade Religiosa.Foto: Cléber Mendes/Agência O DiaCléber Mendes
Por Marina Cardoso
Rio - Centenas de pessoas participaram, nesta manhã, na Praia de Copacabana, na Zona Sul do Rio, de mais uma Caminhada em Defesa da Liberdade Religiosa. Neste ano, o ato, que chega a sua 12ª edição, teve como tema 'Independente da sua fé, o respeito deve prevalecer', com pedidos de respeito ao estado laico, democracia, liberdade religiosa e aos direitos humanos. Organizado pela Comissão de Combate à Intolerância Religiosa (CCIR) e pelo Centro de Articulação de Populações Marginalizadas (CEAP), a marcha contou com a participação de representantes de religiões como, budistas, umbandistas, candomblecista, evangélicos, ciganos, kardecistas, judeus e católicos. A caminhada também foi palco para integrantes da escola de samba Acadêmicos do Grande Rio levantarem as bandeiras do enredo que levarão para a avenida no próximo ano. 
Os religiosos chegaram por volta das 11h e se concentraram no Posto 6 da Praia Copacabana. Durante o percurso até o Posto 2, as pessoas carregavam cartazes pedindo liberdade religiosa, respeito a todas as crenças e paz entre elas. 
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A caminhada também teve um ato em favor da Amazônia, pedindo forças contra o desmatamento que avança rapidamente este ano. Pela primeira vez, a marcha contou com a presença de lideranças religiosas internacionais, com os pastores vindo dos Estados Unidos.
Para o organizador do evento, babalaô Ivanir dos Santos, a caminhada representa a luta e o fortalecimento da resistência do ano inteiro. "É o combate ao crescimento do ódio, do racismo e do fascismo religioso, presente hoje nos três níveis de governo. É para que a sociedade entenda que o ataque também é contra a democracia. Vivemos em um estado laico, e nós lutamos pela liberdade de qualquer manifestação religiosa, democracia e pelos direitos humanos", afirma o organizador. 
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Galeria de Fotos

Rio,15/09/2019 -COPACABANA- Rio de Janeiro recebe 12º Caminhada em Defesa da Liberdade Religiosa.Foto: Cléber Mendes/Agência O Dia Cléber Mendes
12ª Caminhada em Defesa da Liberdade Religiosa reuniu diversas religiões, como budistas, evangélicos, católicos, umbandistas, candomblecistas, ciganos e kardecistas Cléber Mendes
12ª Caminhada em Defesa da Liberdade Religiosa reuniu diversas religiões, como budistas, evangélicos, católicos, umbandistas, candomblecistas, ciganos e kardecistas Cléber Mendes
12ª Caminhada em Defesa da Liberdade Religiosa reuniu diversas religiões, como budistas, evangélicos, católicos, umbandistas, candomblecistas, ciganos e kardecistas Cléber Mendes
Umbandistas de terreiro na Baixada Fluminense estiverem presentes e pediram respeito aos indígenas e atenção para os ataques na região Cléber Mendes
12ª Caminhada em Defesa da Liberdade Religiosa reuniu diversas religiões, como budistas, evangélicos, católicos, umbandistas, candomblecistas, ciganos e kardecistas Paulo Carneiro/Parceiro/Agência O Dia
Organizador do evento, babalaô Ivanir dos Santos, pede respeito a todas as religiões Paulo Carneiro/Parceiro/Agência O Dia
Para a umbandista Zenir Duarte, de 56 anos, a caminhada representa um momento de fortalecimento diante dos recentes casos de ataques a terreiros na Baixada Fluminense, em cidades como Duque de Caxias e Nova Iguaçu. "Estamos aqui para defender nossas crenças e lutar pelos nossos irmãos que têm sido atacados. Precisamos alertar as pessoas devido ao aumento em casos de intolerância. Também viemos pedindo respeito pelos índios e negros, que constantemente são discriminados", conta Zenir. 
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Para a pastora da igreja luterana Luzmarina Garcia, a caminhada é um momento para manifestar que todas crenças conseguem se juntar para lutar por direitos e mostrar a tolerância entre elas. "Estamos juntos aqui para lutar contra a intolerância religiosa. Esse é um ato positivo diante de tanta desconstrução no campo religioso, mas também no campo de direitos no nosso país. Somos uma sociedade de diversas religiões e precisamos nos respeitar e nos amar", afirma.
O bispo do templo Rentokuji, Jyunsho Yoshikawa, representante do Budismo, a caminhada também é um momento para chamar a atenção dos mais jovens. "Precisamos fazer com os mais novos participem, que eles queiram formar um novo público, de pessoas conscientes, tolerantes diante de todas as religiões", explica. 
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ENREDO DA ESCOLA DE CAXIAS
A caminhada também contou com integrantes da agremiação de Caxias, que levará para a Sapucaí ano que vem o enredo 'Tata Londirá: o Canto do Caboclo no Quilombo de Caxias'. Será contada a história do baiano Joãozinho da Gomeia, conhecido como rei do Candomblé e um dos maiores pai de santo do país. 
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"A Grande Rio participar desse evento é super importante, pois nosso enredo se envolve muito com o que está acontecendo aqui. A gente vai falar sobre Joãozinho da Gomeia, que foi um grande pai do santo do Candomblé, além de que teremos um setor todo em defesa da tolerância religiosa. A gente representa a luta do povo da Baixada Fluminense, com terreiros sendo muitos deles atacados frequentemente", explica Fabrício Machado de Lima, conhecido como Mestre Fafa, mestre de bateria.