Sob forte comoção, adolescente morta sob suspeita de envenenamento é enterrada
Lorrana Madalena da Luz Manoel foi sepultada na tarde desta sexta-feira no cemitério Tanque do Anil, em Caxias
Foi sepultada na tarde de hoje, Lorrana Madalena da Luz, no cemitério Tanque do Anil, em Duque de Caxias, Baixada Fluminense Reginaldo Pimenta
Por GUSTAVO RIBEIRO
Rio - Sob forte comoção, a menina Lorrana Madalena da Luz Manoel, de 14 anos, foi sepultada na tarde desta sexta-feira no cemitério Tanque do Anil, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. A adolescente morreu sob suspeita de envenenamento na quarta-feira. Em estado de choque, a mãe da jovem, Gisela José da Luz, 32 anos, suplicava para que ela acordasse no caixão.
Durante o velório, a mãe de Lorrana, repetiu diversas vezes:"Nossa Senhora vai ressuscitar minha filha e vou levá-la de volta para casa", contou Simone Teixeira, 48 anos, prima de segundo grau da menina. Cerimônia reuniu 200 pessoas.
Publicidade
Sob forte comoção, adolescente morta sob suspeita de envenenamento é enterrada . #ODIA
A adolescente teria contado à mãe, horas antes da morte, que ganhou uma bala de uma mulher no trem. "Ela pegou a primeira bala e colocou na boca dela. Em seguida, ela me deu a bala. Eu não vi maldade, porque ela estava chupando a bala também", teria dito a menina à mãe, segundo a prima Simone Teixeira. "Viu como ela é maquiavélica? Lorrana ia guardar a bala, mas disse que a moça ainda falou assim: 'Chupa, que é gostosa. É muito boa essa bala. Você vai gostar'. E ela chupou", completou.
Publicidade
Lorrana Madalena da Luz Manoel aceitou o doce de uma desconhecida e passou mal - Reprodução/Facebook
Segundo Simone, a conversa aconteceu depois que a menina saiu do curso de informática, em Bonsucesso, na Zona Norte do Rio, e foi até o trabalho da mãe, em Caxias, de trem. Ao chegar ao trabalho de Gisele, Lorrana ainda tirou selfies e depois reclamou de uma forte dor de cabeça.
Publicidade
Foi sepultada na tarde de hoje, Lorrana Madalena da Luz - Reginaldo Pimenta / Agência O Dia
Ela disse: 'Mãe, a bala que aquela moça me deu dentro do trem está me dando muita dor de cabeça. Depois que eu chupei a bala, eu me senti mal'. A mãe nunca ia imaginar. Você senta do lado de uma pessoa em um trem e ela olha para você com um sorriso, gentilmente te oferece uma bala e quer te matar. Quem vai imaginar isso?", questionou a prima, inconformada.
Publicidade
A menina também disse à mãe, segundo a prima de segundo grau, que nunca tinha visto a mulher.
Foi sepultada na tarde de hoje, Lorrana Madalena da Luz - Reginaldo Pimenta / Agência O Dia
Publicidade
Simone contou que as duas foram para casa e a menina repetiu a história para a avó materna. Em casa, teria tomado um analgésico para a dor de cabeça. Por volta das 22h, mãe e filha comeram um cachorro-quente em uma barraquinha de uma tia, que existe há mais de 30 anos no local.
Por volta de 1h de quarta-feira, a menina começou a passar muito mal com a boca espumando. Um tio a levou para a UPA Jardim Íris, em São João de Meriti, onde Lorrana morreu após três paradas cardiorrespiratórias.
Publicidade
No caminho, a jovem suplicou à mãe: "Não me deixa morrer", disse a prima Simone.
A menina morava com dois irmãos menores, a mãe e a avó materna no bairro Jardim Metrópole, em São João de Meriti. Ela faria 15 anos no dia 6 de janeiro e a festa de debutante já estava sendo preparada.
Publicidade
Envenenamento por chumbinho
O pai de Lorrana, Luciano da Silva Manoel, 37 anos, confirmou que a equipe médica da UPA Jardim Íris detectou que a morte foi causada por carbamato, mais conhecido como chumbinho, mas não soube dizer a quantidade. "Não tenho mais o que dizer, porque está em investigação", afirmou Luciano.
Publicidade
A Polícia Civil não descarta nenhuma linha de investigação para o caso.