Palio onde estavam os cinco jovens assassinados: 111 tiros foram disparados e Antonio Carlos foi o único que admitiu atirar na direção do veículo - Arquivo O Dia
Palio onde estavam os cinco jovens assassinados: 111 tiros foram disparados e Antonio Carlos foi o único que admitiu atirar na direção do veículoArquivo O Dia
Por O Dia
Rio - Os policiais militares Antonio Carlos Gonçalves Filho e Márcio Darcy Alves dos Santos foram condenados a 52 anos e 6 meses de prisão pelas mortes de cinco jovens no bairro de Costa Barros, na Zona Norte do Rio de Janeiro, no ano de 2015.
Já o PM Fábio Pizza Oliveira da Silva, que também foi acusado de envolvimento nos crimes, foi inocentado. Entretanto, Ministério Público e os assistentes de acusação recorreram da decisão e o caso deverá ser analisado pelo tribunal novamente.
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O julgamento começou na manhã desta quinta feira e terminou às 2h14 deste sábado, totalizando mais de 20h de duração. Foram ouvidas cinco testemunhas de acusação e sete de defesa.
Após o anúncio da sentença, as famílias das vítimas se mostraram decepcionadas com a decisão da Justiça. "Sentença não se discute. Mas, infelizmente, dois [policiais] foram condenados e um foi absolvido. Eu esperava mais", disse Jorge Souza Penha, pai de Roberto (um dos garotos mortos). 
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PM responde por outros crimes

Além da pena pelos cinco homicídios duplamente qualificados, o PM Antonio também foi condenado a 8 meses e 5 dias de detenção por fraude processual.
Já o soldado Thiago Resende Viana Barbosa, que também participou da ação abriu mão de seu advogado. Ele será assistido pela Defensoria Pública e um novo julgamento será marcado.

Em 28 de novembro de 2015, Carlos, Roberto, Cleiton, Wilton e Wesley foram mortos dentro de um carro atingido por 111 tiros disparados por policiais militares. O carro dos jovens foi fuzilado quando passava pela Estrada João Paulo, em Costa Barros. Os policiais chegaram a dizer que trocaram tiros com os jovens, mas a perícia descartou a versão dos agentes. 
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Em julho do ano seguinte (2016), Joselita de Souza, mãe de Roberto, uma das vítimas, morreu de tristeza após depressão profunda que resultou em pneumonia e anemia aos 44 anos.