Rio - Um tratamento que pode reduzir em 50%, ou dar fim de vez a ataques epiléticos, era para ser realizado gratuitamente pelo Serviço Único de Saúde (SUS) desde março deste ano. A Terapia VNS utiliza um gerador que, através de um condutor, envia estímulos elétricos ao cérebro do paciente, ajudando a prevenir as crises. O tratamento é recomendado para 30% dos cerca de 4 milhões de brasileiros que sofrem com o distúrbio e são resistentes a medicamentos.
A presidente da Associação Brasileira de Epilepsia (ABE), Maria Alice Susemihl, diz que a disponibilização de tecnologias incorporadas ao SUS deve acontecer em até 180 dias após sua publicação no Diário Oficial da União (DOU), que no caso da terapia aconteceu em setembro de 2018, e que os procedimentos deveriam ter começado, então, em março deste ano.
"Nós só soubemos de alguns casos em que as pessoas conseguiram fazer pelo SUS, a maioria recorreu à rede privada ou ainda está esperando. O Ministério da Saúde não compra os aparelhos, porque é necessário pedir em demanda, mas eles não têm esse levantamento, então não compram. Enquanto isso, as pessoas vão correndo o risco de terem problemas sérios por causa das crises. Não tratam a epilepsia com a seriedade que ela tem", lamentou Susemihl.
Procurado para esclarecer a situação do levantamento de pacientes e da compra de equipamentos, o Ministério da Saúde não respondeu até o fechamento desta edição.
Demora no tratamento expõe paciente a mais riscos e até morte
*Estagiária sob supervisão de Gustavo Ribeiro