Flávio com seu ex-assessor da época da Alerj Fabrício Queiroz: possível esquema de 'rachadinhas' - Reprodução / Arquivo
Flávio com seu ex-assessor da época da Alerj Fabrício Queiroz: possível esquema de 'rachadinhas'Reprodução / Arquivo
Por O Dia
Rio - O Ministério Público do Rio (MPRJ) realiza, na manhã desta quarta-feira, uma operação que mira ex-assessores do hoje senador Flávio Bolsonaro, entre eles Fabrício Queiroz e Ana Cristina Siqueira Valle, ex-mulher do presidente Jair Bolsonaro. A ação cumpre mandados de busca e apreensão na investigação da prática de "rachadinha" no gabinete do parlamentar na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj).
Os mandados de busca e apreensão atingem 96 pessoas e empresas e foram deferidos pela juiz Flávio Itabaiana de Oliveira Nicolau, da 27ª Vara Criminal do Rio, de acordo O Globo. Procurado, o Ministério Público disse que são cumpridos 24 mandados de busca e apreensão pelo Grupo de Atuação Especializada de Combate à Corrupção (GAECC). Segundo o órgão, em razão do sigilo das investigações, "o GAECC/MPRJ não pode oferecer mais informações". 
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A investigação foi instaurada em julho do ano passado e obteve na Justiça em maio deste ano a quebra dos sigilos fiscal e bancário de 96 pessoas e empresas, incluindo Queiroz e Flávio, tendo como base o relatório do antigo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf, hoje Unidade de Inteligência Financeira).

O documento constatou movimentação atípica de Fabrício Queiroz num total de R$ 1,2 milhão, entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017. O caso ficou parado de julho até novembro, pois aguardava decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a legalidade do compartilhamento das informações do Coaf sem autorização judicial. O STF aprovou no mês passado o compartilhamento.
A defesa de Fabrício Queiróz se disse surpresa com a medida de busca e apreensão em andamento na manhã desta quarta-feira. Em nota, o advogado Paulo Klein, que representa Queiróz, afirmou que está tranquilo.

"A defesa de Fabrício Queiroz recebe a informação a respeito da recente medida de busca apreensão com tranquilidade e ao mesmo tempo surpresa, pois absolutamente desnecessária, uma vez que ele sempre colaborou com as investigações, já tendo, inclusive, apresentado todos os esclarecimentos a respeito dos fatos", disse Klein.

"Ademais, surpreende que mesmo o MP reconhecendo que o juízo de primeira instância seria incompetente para processar e julgar qualquer pedido relacionado ao ex-deputado o tenha feito e obtido a referida decisão, repita-se, de forma absolutamente desnecessária."