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Apenas dois dias após a paralisação das atividades do Tesouro Municipal, a Prefeitura do Rio voltou atrás e decidiu retomar os pagamentos bloqueados. A medida deve ser publicada hoje no Diário Oficial. Ainda ontem, a greve dos funcionários da Saúde, iniciada há 9 dias, começou a ser desfeita. Em assembleia, o Sindicato dos Médicos (Sinmed) definiu retorno de todos os profissionais hoje, exceto nas unidades hospitalares da região de Realengo, Bangu e Campo Grande, na Maternidade Mariska Ribeiro e no Programa Cegonha Carioca.

Segundo o diretor do Sinmed, Carlos Vasconcellos, o estado de greve foi mantido nesses locais até o pagamento dos benefícios em atraso e também do 13º salário. "O repasse deve acontecer amanhã (hoje) ou segunda-feira. No dia seguinte ao pagamento, os funcionários dessas unidades retornarão ao trabalho em regime normal", explicou.

"Essa região é problemática, porque a Organização de Saúde de lá tem contrato emergencial vencendo dia 29 de dezembro. Não há, ainda, definição da prefeitura sobre a nova OS que assumirá. Ou seja, todos os trabalhadores serão desligados e não sabem o que acontecerá", acrescentou Vasconcellos.

Outra preocupação do Sinmed é com os itens disponíveis nas unidades. "Há falta de insumos básicos, medicamentos e irregularidades em relação alimentação e limpeza. Esperamos que esses problemas sejam sanados o mais rápido possível", destacou o diretor. A próxima assembleia do Sinmed foi marcada para 9 de janeiro, às 17h.

Em relação à limpeza, o Sindicato dos Empregados de Empresas de Asseio e Conservação informou, ontem, que depois de três meses de atraso, o pagamento dos funcionários foi regularizado.

TST avalia verba

Também ontem, o Tribunal Superior de Trabalho (TST), responsável pelo arresto nas contas da prefeitura, começou a analisar se autoriza o uso de cerca R$ 200 milhões, do Fundo Municipal de Saúde, para outras áreas. Na teoria, esse valor só poderia ser aplicado no próprio setor.

O jurista Manoel Peixinho acredita que ainda há uma insegurança jurídica em relação às decisões da prefeitura. "É preciso que o prefeito se manifeste, faça um balanço de como as contas públicas estão, se haverá atraso nos pagamentos. O mais grave é a falta de transparência", afirmou.

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