Após gosto de terra, reclamações sobre excesso de cloro na água
Especialista alerta que existe limite para água clorada ficar potável
Por Maria Luisa de Melo
Depois de inúmeras queixas da população sobre a água estar chegando às torneiras com sabor e gosto de terra ou barro,moradores de algumas regiões do Centro e da Zona Sul têm nova reclamação. Agora é o cheiro e gosto fortes de cloro.
Moradora de Santa Teresa,a fotógrafa Bruna Macedo, de 26 anos, reclama das despesas extras. “A gente é obrigado a pagar duas vezes pela água.
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Além da conta da Cedae, que não para de chegar, também compramos água mineral”,diz. Já Edna dos Santos, que mora no mesmo bairro, ressalta que a água ainda está com sabor de terra. Ela e um de seus filhos, por sinal, já precisaram de atendimento médico. “Sentimos uma cólica muito forte e está difícil comprar água mineral nos mercados”.
Especialista em Engenharia Sanitária, o professor Gandhi Giordani, da Uerj, diz que existe limite padrão para a água clorada ser considerada potável. “Geralmente, o máximo que cada litro de água pode ter é 0,5 miligramas de cloro. Do contrário, pode acarretar irritações de pele ou mucosas”,avisa. “Os clientes devem ligar para a Cedae e exigir medição de pH, cloro e turbidez. É um direito”, ensina.
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No Alemão, a aparência é de lama
Apesar de em alguns bairros a água não estar mais turva, há regiões onde o líquido parece lama. É o caso do Complexo do Alemão, onde vive Camila Nunes. "A água tem cor estranha, está fedendo e com gosto horrível". Técnicos do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) e Vigilância Sanitária (municipal e estadual) e Cedae, coordenados pelo Ministério Público, colheram amostras na Estação Guandu. A expectativa é que o resultado sobre padrões de cloro residual, presença de coliformes fecais e bactérias seja conhecido em até 15 dias.
Ontem, o governador Wilson Witzel postou no Twitter. "São inadmissíveis os transtornos que a população vem sofrendo por causa do problema na água. Determinei apuração rigorosa tanto da qualidade quanto dos processos de gestão da companhia".
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A Agência Reguladora de Energia e Saneamento (Agenersa) recebeu relatório da Cedae sobre a qualidade da água, mas oficiou a companhia a mostrar relatórios complementares. Se comprovada falha, a empresa pode ser multada em mais de R$ 5 milhões. A Cedae anunciou que hoje dará uma entrevista à imprensa sobre o assunto.