Mais de duzentos milhões de reais. A quantia impressiona por qualquer que seja o motivo. Se for um calote, então, a reação é ainda mais absurda. Pois bem, esse é o valor apontado por investidores brasileiros e estrangeiros, que acusam o banqueiro e empresário Nelson Nogueira Pinheiro de sumir com a quantia.
Nelson Pinheiro foi um dos alvos da 32ª fase da Operação Lava Jato, mais precisamente na fase Caça Fantasma, em 2016. O golpe citado anteriormente teve como braço articulador o FPB Bank, que teve sua liquidação forçada exigida pelo governo panamenho após o escândalo. O banco tinha ligação direta com o Grupo Brickell, de propriedade de Nelson.
Além disso, o empresário também é ex-acionista dos bancos Pine e BMC e controlador da indústria de alimentos Ducoco.
Tática suja
Para fugir das cobranças, no fim de 2018, um pedido de recuperação extrajudicial da Brickell Participações S.A. e de Nelson Nogueira Pinheiro foi protocolado na Justiça de São Paulo com o objetivo de suspender as ações, execuções e indenizações pendentes.
Cientes de que a possível artimanha poderia resultar em um enorme calote, alguns dos credores de Nelson Pinheiro entraram na Justiça para cancelar o pedido de recuperação. Segundo eles, a Brickell atuou como instituição financeira e estaria sujeita ao regime de intervenção junto ao Banco Central e não ao regime de recuperação de empresas.
A última atualização do processo no site do Tribunal de Justiça de São Paulo é datado do dia 03/02/2020. Nele, consta que o processo está 'conclusos para despacho'. Esse termo jurídico é utilizado para indicar que um processo se encontra na posse do juiz e pronto para ser analisado. Em breve, o juiz dará a sua decisão sobre qual será o próximo encaminhamento do caso.