No primeiro dia depois da edição de decretos do Governo do Estado e da Prefeitura do Rio estipulando ações restritivas para controle do coronavírus, cariocas e turistas se despediram do último fim de semana do verão enchendo praias e supermercados. Os apelos do governador Wilson Witzel e do prefeito Marcelo Crivella para se evitar aglomerações, funcionaram na maior parte da cidade, como em pontos turísticos (AquaRio e roda-gigante) e bares. Mas o sol forte e o calor foram a senha para a desobediência.
Desde sexta-feira, o Rio de Janeiro entrou na lista (junto com São Paulo) de estados onde já há transmissão comunitária do novo vírus, ou seja, quando não se consegue mais monitorar a origem do contágio. De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde (SES), até a tarde de ontem, o estado contava com 24 casos confirmados e 76 suspeitos (esses números só serão atualizados hoje pelo Ministério da Saúde). A SES destaca que, entre os casos confirmados, 14 são de mulheres e 10, de homens. Todos estão apresentando quadro de saúde estável e em isolamento domiciliar.
Corrida às compras
A reportagem de O DIA percorreu supermercados na Zona Sul e encontrou alguns estabelecimentos com prateleiras vazias de produtos como papel higiênico, leite, macarrão, arroz e enlatados. Isso não significa, no entanto, motivo para pânico. Quem garante é Fábio Queiroz, presidente da Associação de Supermercados do Estado do Rio (Asserj).
"Estamos estreitando parcerias com fornecedores para que os produtos cheguem até as gôndolas", disse em vídeo divulgado nas redes sociais. Queiroz também fez um apelo: "Não corram desesperadamente para as lojas. Vamos fazer tudo de forma gradativa e ordeira", defendeu.
Segundo ele, o pico de consumo, ou seja, muitos consumidores indo ao mesmo tempo aos mercados e comprando quantidades acima do normal é que pode passar a sensação de escassez de produtos.
"O aumento mais do que significativo de uma demanda, como no caso de papel higiênico e álcool em gel, pode vir a gerar falta momentânea de produtos", destacou. No entanto, ele reforçou: "Vamos garantir o abastecimento".
Medidas preventivas
Segundo a Asserj, devido ao aumento de vendas em algumas lojas, as redes de supermercados estão tomando medidas preventivas, como antecipação de pedidos de compras para garantir atender à demanda da população.
Segundo um funcionário do supermercado Mundial de Copacabana, que preferiu não se identificar, a demanda era impressionante na porta da filial da Rua Barata Ribeiro, antes da abertura, ontem. "Isso aqui estava uma loucura. Parecia período de ofertas", compara. "Ontem (sexta-feira), chegaram caixas de álcool gel e já acabaram. Nem deu tempo de colocar na prateleira", relatou.
do Consumidor (Senacon), que os consumidores possam remarcar - sem custos adicionais - as viagens turísticas previstas para os próximos 60 dias. “É importante destacar que a remarcação leve em conta fatores como destino, temporada e tarifas de passagens. O mesmo vale para
hotéis e pacotes”, diz a pasta, em nota divulgada à tarde.