"A Fundação Casa de Rui Barbosa tem como finalidade o desenvolvimento da cultura, da pesquisa e do ensino, cumprindo-lhe, especialmente, a divulgação e o culto da obra e vida de Rui Barbosa. Assim, além de cuidar do Museu, deve promover a difusão cultural com estudos e pesquisas no campo das ciências sociais; preservar os acervos arquivístivos, museológicos e bibliográficos custodiados na Fundação, em especial o de seu patrono", afirma o abaixo-assinado. "A extinção da Fundação Casa de Rui Barbosa constitui grave ameaça à perpetuação da história de nosso patrono e o enfraquecimento da cultura e da educação no Brasil. Não iremos nos calar diante da destruição de um patrimônio cultural impondo a ruína da memória nacional", conclui.
A Associação de Servidores informou que ainda não conseguiu questionar diretamente a presidente da Fundação, Letícia Dornelles, sobre a iniciativa.
Questionada pelo Estadão, Letícia afirmou que o processo foi instaurado em novembro de 2019 a pedido do então secretário de Cultura Roberto Alvim, mas que ela se posicionou contrariamente e foi atendida. "Quando eu descobri, pedi ao ministro o arquivamento. É um absurdo. Jamais concordaria. O processo foi parado em novembro de 2019. Já pedi novamente ao Ministério para fechar o assunto. E evitar mal entendidos. Recebi o 'ok, não estresse'. É que há prioridades. [Esse é] Um processo que não é prioridade e estava lá esquecido", afirmou, por e-mail, a presidente da Fundação.
Alvim foi nomeado em 7 de novembro, dois dias depois da abertura do processo que pode culminar com a extinção da Fundação Casa de Rui Barbosa. Mas, segundo Letícia, ele já havia planejado a estrutura antes mesmo de assumir. A reportagem não conseguiu localizar o ex-secretário de Cultura, na noite desta quinta-feira, para se pronunciar sobre as declarações da presidente da Fundação.