Por O Dia
Rio - Em live exclusiva ao jornal O DIA, nesta terça-feira (2/6), o pré-candidato a prefeito do Rio Brizola Neto (PCdoB) afirmou que retomará os Cieps, projeto criado por seu avô, governador do Estado do Rio nos anos 80 e 90. Para ele, o modelo dos Cieps, de educação integral, é o caminho para promover o desenvolvimento social.
- Os Cieps foram o programa de educação mais generoso do Brasil. Com eles, o aluno tem vontade de ir para a escola - disse, acrescentando que trabalhará para melhorar a situação de profissionais da Educação, com um plano de cargos e salários que estimule a contratação por 40 horas.
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Ele afirmou ainda que a cidade precisa de um plano emergencial para retormar o crescimento econônomico, a partir do investimento em obras públicas. A começar, disse, pela construção civil, "que é uma injeção de empregos na veia". Como uma dessas obras, citou o BRT na Avenida Brasil, que precisa ser concluído, obras em escolas que estão em situação precária e a urbanização das favelas.
- O Rio tem profundas desigualdade. É preciso retomar o crescimento, gerar empregos, aumentar a arrecadação. E, assim, recuperar a rede de proteção social, a saúde e a educação, principalmente. E o investimento do Estado na economia, a intervenção na economia, é fundamental.
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- Lembro uma frase do economista Carlos Lessa, que dizia que quando o Brasil vai bem, o Rio vai bem, mas quando o Brasil vai mal, o Rio vai pior - afirmou.
A crise econômica iniciada nos anos 2015/2016 foi agravada com a pandemia, sublinhou.
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Questionado sobre a atuação das Organizações Sociais (OSs) na área da saúde, Brizola Neto foi extremamente crítico:
- As OSs são um modelo que não deu certo. Enquanto a situação fiscal do município estava bem, funcionou, mas com a queda na arrecadação, começaram os adiamentos de pagamento e a paralisação de atendimentos. A saúde precisa ter um caráter público.
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Ele defendeu, ainda dentro da política de geração de empregos, a criação de um complexo industrial de saúde, citando entidades já existentes no Rio como a Fiocruz e a UFRJ.
Brizola Neto criticou o prefeito Marcelo Crivella pela decisão de reabrir parte do comércio em um momento no qual a pandemia do covid-19 ainda não atingiu o seu pico.
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- É uma tragédia - disse, referindo-se ainda a uma submissão de Crivella ao presidente Bolsonaro [um dos defensores da reabertura do comércio no país].
A entrevista foi feita pelo colunista político Sidney Rezende e pelapela subeditora Martha Imenes, na série de lives com os pré-candidatos, que O DIA, em iniciativa pioneira, realiza.
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Uma das perguntas enviadas por leitores questionava a responsabilidade de seu avô pela favelização da cidade. Brizola Neto defendeu o legado de Leonel Brizola: 
- É uma injustiça com Brizola. Uma campanha forte negativa foi feita contra um governo voltado para a inclusão social. As favelas já estavam aqui muito antes de Brizola governar. O que ele fez foi acabar com a política de remoções para lugares distantes. Ele urbanizou, levou luz, água, escolas. Ele exigiu [da polícia] a mesma inviolabilidade do lar que a casa do rico tinha e que a casa dos moradores pobres também devia ter. Exigiu mandado de segurança para se entrar nas casas. Ele não admitia que a questão social fosse tratada como caso de polícia.
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Ao responder pergunta sobre segurança pública atual, Brizola Neto afirmou que não vê a Guarda Municipal armada. Para ele, a função dela é auxilar. Armá-la, disse, pode aumentar a vioência. Segundo Brizola Neto, há outras ações que a prefeitura pode tomar para melhorar a segurança na cidade, como a iluminação pública, a urbanização das comunidades, e a modernização do Centro de Operações do Rio, para que possa monitorar a cidade através de tecnologias como o reconhecimento facial. Brizola Neto citou a cidade de Xangai como exemplo de monitoramento das ruas que gera segurança.