Em meio ao combate à Covid-19, profissionais da saúde estão com salários atrasados no Rio. Nesta terça-feira, o Sindicato dos médicos do Rio (Sinmed-Rj) e o Sindicato dos Enfermeiros (Sindenf-Rj) entraram com uma ação coletiva no Tribunal Regional do Trabalho (TRT-Rj), reivindicando o pagamento dos salários e a manutenção dos empregos.
A falta de pagamento para os profissionais das unidades é consequência da falta de repasse financeiro, da Secretaria Estadual de Saúde do Rio, para as organizações responsáveis pela administração dos hospitais. Alguns profissionais já estão sem receber a mais de dois meses. "A Secretaria está envolta em escândalos de corrupção e no final das contas os repasses não tem sido feito para as organizações sociais", explicou o presidente do Sinmed Alexandre Telles.
Entre as unidades com salários atrasados estão as Unidades de Pronto Atendimento (UPA) de Copacabana, Botafogo e Taquara, o Hospital de Anchieta e os médicos do Samu.
Regularização dos contratos
Após as denúncias de corrupção e mais uma troca de secretário, a Secretaria Estadual de Saúde afirmou em nota que todos os contratos que venceram, ou estão por vencer, com as organizações sociais "estão sendo revisados pela SES, em conjunto com a Procuradoria Geral do Estado e a Controladoria Geral do Estado."
No entanto, Alexandre reforçou que a consequência dessa ação não pode prejudicar estes profissionais, principalmente em um momento que eles são tão necessários: "o sindicato apoia todas essas investigações, mas essa regularização não pode prejudicar o lado mais fraco dos trabalhadores. O salário é de natureza alimentícia, esses profissionais têm contas para pagar".
Por isso, os sindicatos pediram a mediação do Tribunal Regional do Trabalho, esperando uma conciliação com o estado. "Pedimos uma conciliação no TRT para chegarmos numa conclusão com as organizações sociais. Em meio a essa crise sanitária nós temos as nossas responsabilidades, mas o estado também tem que arcar com as dele", reforçou o presidente do Sinmed.
Em nota, o TRT afirmou que o processo está para análise do desembargador Cesar Marques Carvalho, e a Secretaria ressaltou que "está respondendo a todos os questionamentos feitos pelo Tribunal de Contas do Estado e pelo Ministério Público Estadual".
* estagiária sob supervisão de Luana Dandara