Cristiane Brasil, filha de Roberto Jefferson, seguiu para o IML após se entregar à polícia, na sexta-feira. Ela é apontada como a 'fada madrinha' de esquema investigado pelo MP - Cesar Salles
Cristiane Brasil, filha de Roberto Jefferson, seguiu para o IML após se entregar à polícia, na sexta-feira. Ela é apontada como a 'fada madrinha' de esquema investigado pelo MPCesar Salles
Por Lucas Cardoso

A defesa da pré-candidata à Prefeitura do Rio e ex-deputada federal Cristiane Brasil encaminhou pedido de prisão domiciliar à Justiça. Apelidada pela juíza Ana Helena Mota Lima Valle, da 26ª Vara Criminal do Rio, como "fada madrinha" em esquema de corrupção, a política está presa preventivamente em cadeia feminina de Niterói. Segundo denúncias do Ministério Público do Rio, Cristiane faz parte da estrutura de corrupção que desviou cerca de R$ 30 milhões de cofres públicos.

Luiz Gustavo da Cunha, advogado da ex-deputada, disse que a petição foi enviada à Justiça na sexta-feira, contudo a juíza responsável pela análise garantiu que só avaliaria o pedido amanhã, em reunião com a promotoria, às 13h.

"É um exagero a prisão preventiva, então por isso entramos com uma petição diretamente com a juíza. No caso de indeferimento, vamos entrar com o habeas corpus na 5ª turma Criminal do Tribunal de Justiça", explicou.

Segundo denúncia do MP, Cristiane Brasil integraria o núcleo político composto ainda pelo secretário estadual de Educação, Pedro Fernandes; Sergio Fernandes, ex-presidente da Fundação Leão XIII; e João Mattos, ex-administrador financeiro da instituição, todos presos no Complexo de Gericinó, em Bangu, com exceção do secretário, que está com covid-19 e permanece em casa.

Fada madrinha

Desde que foi presa, a ex-deputada cumpre rigoroso isolamento de 14 dias, como parte da prevenção à covid-19.

Nas primeiras 24h, Cristiane teve direito a quatro refeições, banho de sol e uma cela com chuveiro e vaso sanitário.

De acordo com a Procuradoria, a pré-candidata à Prefeitura do Rio era considerada a 'fada madrinha' da empresa ServLog, do empresário Flávio Salomão Chadud, que venceu diversas licitações fraudulentas.

A denúncia oferecida pelo MP foi baseada em depoimentos de testemunhas, em mensagens telefônicas, planilhas, cadernos de anotações de distribuição de propinas, além de materiais apreendidos na 1ª fase da operação.

Caso Crivella

Em outra investigação envolvendo mais um pré-candidato do Rio, o prefeito Marcelo Crivella foi citado na delação premiada de um empresário do setor de iluminação pública, segundo divulgado pelo RJTV, da Rede Globo. O delator citou um esquema ilegal de arrecadação de recursos garantiu o apoio, em 2016, do senador Romário à candidatura de Crivella.

O nome de Romário também estaria envolvido numa suposta interferência política para impedir a demolição de uma casa do senador em área de reserva. Em nota, Crivella reagiu:

"Declaro que não houve interferência, mas chegou ao meu conhecimento uma ("obra ilegal na") cobertura na Vieira Souto, pertencente à família Marinho", cutucou o prefeito, no melhor estilo Anthony Garotinho, de ataques à Globo.

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