Durante as buscas, agentes da Polícia Civil apreenderam documentos, computadores e celulares - Divulgação / Polícia Civil
Durante as buscas, agentes da Polícia Civil apreenderam documentos, computadores e celularesDivulgação / Polícia Civil
Por O Dia
Rio - Agentes da Polícia Civil realizam uma operação, na manhã desta quarta-feira, contra funcionários e ex-funcionários da prefeitura de Arraial do Cabo, na Região dos Lagos suspeitos de praticar crimes, entre eles, invadir e tomar à força terrenos e terras das vítimas. De acordo com a polícia, as pessoas são ameaçadas, inclusive, de morte. 
A primeira fase da operação, comandada pela delegada Patrícia Aguiar, cumpre 10 mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça em órgãos do governo municipal e na residência dos investigados. Os policiais fizeram buscas na sede da Secretaria Municipal do Ambiente, na Guarda Marítima Ambiental e nas viaturas oficiais do órgão.
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Na operação, documentos, computadores, certidões e celulares foram apreendidos, além disso, foram encontrados quatro porretes na viatura da Guarda Marítima. A polícia analisará o material apreendido. 
São alvos da operação:
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1. Mauro César Gonçalves da Silva, coordenador da Secretaria do Ambiente de Arraial do Cabo e diretor da Guarda Marítima,
2. Suzana Beatriz da Silva dos Santos, advogada e assessora jurídica especial de contratos da Secretaria Municipal de Compras e Licitações,
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3. Lucas Silva dos Santos, conhecido como "Tartaruga", ex-coordenador-geral do Gabinete do Prefeito, ex-secretário de Posturas e atual candidato a vereador
4. Edson Soares dos Santos, ex-funcionário da prefeitura e pai de Suzana e Lucas e apontado como líder da quadrilha
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5. Aluizo Mendes de Araújo, conhecido como "Xuxa", ex-diretor da Vigilância Sanitária, que continua prestando serviços para o órgão;
6. Rogério Paulino Lopes, despachante
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Ainda segundo a polícia, o grupo também conta com a participação de criminosos que circulam em motos e têm a função de intimidar e ameaçar vítimas e testemunhas. Entre elas, estão idosos que, durante meses, sofreram com as seguidas investidas da quadrilha. Câmeras de segurança flagraram a ação dos criminosos.
"Essa quadrilha age em duas frentes diferentes. De um lado, faz de vítimas as pessoas que têm as terras invadidas e tomadas à força. Do outro, há aquelas que compram, de boa fé, esses terrenos, acreditando que a documentação é legítima, e acabam descobrindo depois terem caído em um golpe. Para viabilizar seus crimes e legitimar suas ações, essa organização criminosa utiliza a máquina pública e a entrada que possui na Prefeitura de Arraial do Cabo", explica a delegada Patrícia Aguiar.
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Segundo as investigações da especializada, a quadrilha invade, toma posse de terrenos e utiliza viaturas ostensivas e funcionários fardados da Secretaria Municipal do Ambiente e da Guarda Marítima para simular batidas de fiscalização e intimidar as vítimas. Em seguida, usa documentos fraudados e certidões falsas, registradas em cartório, para legitimar à ação e regularizar as invasões. Com isso, os integrantes da quadrilha vendem as terras para terceiros, como se fossem os reais proprietários.
Há indícios de que o grupo legaliza a documentação de forma fraudulenta dentro da prefeitura, inclusive com emissão de IPTU e de licenças e certidões municipais, e de que tem entrada também nas secretarias de Posturas, de Obras e de Fazenda.
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Entre os crimes investigados estão organização criminosa, estelionato, esbulho possessório, peculato-desvio, falsidade ideológica e parcelamento irregular do solo urbano. De acordo com a Polícia Civil, a quadrilha age na cidade há anos e a maior parte dos investigados já possui passagens.
Procurada pelo DIA, a prefeitura de Arraial do Cabo afirmou que tomará todas as devidas providências em relação aos funcionários envolvidos e ressaltou que "repudia os comportamentos inadequados e quaisquer condutas em desacordo com o exercício da função pública".

Em nota, a prefeitura afirmou que a operação não tem relação com o prefeito Renatinho Vianna. De acordo com o órgão, "trata-se de investigações vindas de gestões passadas, não sendo a sede do governo alvo de nenhum mandado".

A prefeitura ainda afirmou que colabora com a investigação e se coloca à disposição para esclarecer qualquer dúvida aos órgãos competentes.
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