Hackers exibiram animação japonesa com referências à pornografia infantil - Reprodução
Hackers exibiram animação japonesa com referências à pornografia infantilReprodução
Por Beatriz Perez
Rio - Um encontro organizado pela campanha de Luciana Boiteux (Psol) foi atacado por uma série de usuários que publicaram conteúdos violentos e ofensivos na noite de segunda-feira. O evento reunia mulheres que apóiam a candidatura da professora de Direito da UFRJ para vereadora do Rio. No momento em que a candidata começou a falar, foram disparadas mensagens de ódio, com conteúdo machista, e exibidos vídeos com apologia ao nazismo e imagens de desenho animado japonês com referências à pedofilia.

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Luciana Boiteux é candidata a vereadora do Rio pelo Psol Divulgação
Encontro de mulheres para campanha de Luciana Boiteux (Psol) sofre ataque hacker Reprodução
Hackers exibiram animação japonesa com referências à pornografia infantil Reprodução
Hackers exibiram animação japonesa com referências à pornografia infantil Reprodução
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A reunião foi realizada pela plataforma Zoom a partir de convites eletrônicos. Também estavam presentes as deputadas estaduais Mônica Francisco e Renata Souza, candidata à prefeita do Rio pelo partido.
"Eu já havia feito outras reuniões para a construção da campanha. Essa foi uma grande reunião de mulheres que realizamos. Justo na hora em que eu estava falando, começaram a pipocar as mensagens no chat. Eles tentaram botar vídeos na tela toda, mas eu era anfitriã da sala e eles não conseguiram compartilhar para todos".
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A candidata conta que começou a remover quem estava publicando o conteúdo violento, mas novos usuários começavam a entrar. O grupo conseguiu finalmente impedir que outros hackers invadissem a sala e a reunião foi concluída.
"Eu senti que o objetivo era me desestabilizar. A reunião já havia começado, mas os ataques começaram no momento em que iniciei minha fala. A gente antecipou o término, mas o encontro não foi interrompido com a invasão porque a gente achou que seria importante resistir", diz.
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A professora conta que ficou abalada com o ataque e estudará junto a outros advogados as medidas cabíveis a serem tomadas. "A gente deve registrar a ocorrência hoje, até para que isso seja investigado. Não queremos que isso se torne cotidiano. Eu considerei um tipo grave de violência política contra mulheres e um atentado à democracia", afirma.
A candidata disse que também vai cobrar da plataforma medidas para que a invasão não aconteça novamente.
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Em 2018, a candidata também sofreu ataques virtuais. Na época em que era candidata a deputada federal, hackers também tentaram invadir contas de redes sociais da advogada. Luciana Boiteux acredita que sua trajetória marcada por pautas feministas a torna um alvo preferencial de ataques e ameaças. "O feminismo desperta nos conservadores ódio e violência, é impressionante. Ser mulher na política já é algo difícil pelo ambiente machista. Com este tipo de violência, que pretende afastar a mulher da política, fica ainda pior. Vamos tomar todas as precauções para evitar que isto ocorra novamente. ", conclui.