Na Avenida General Justo, próximo ao Museu Histórico Nacional, asfalto está escorregadio e com buracos - Estefan Radovicz / Agência O Dia
Na Avenida General Justo, próximo ao Museu Histórico Nacional, asfalto está escorregadio e com buracosEstefan Radovicz / Agência O Dia
Por Yuri Eiras
Rio - As ruas do Rio estão esburacadas como um percurso de rali. Outras, como a Avenida Infante Dom Henrique, no Aterro do Flamengo, lembram uma pista de patinação. A sensação de perigo constante, relatada por motoristas e motociclistas que trafegam todos os dias pelas vias da cidade, foi confirmada em um relatório do Tribunal de Contas do Município (TCM). O documento apontou que a obra de recapeamento do Aterro do Flamengo, realizada há exatamente um ano, aumentou a quantidade de acidentes no local.
Para o TCM, o material utilizado na obra foi inadequado, o que resultou em problemas na aderência dos pneus dos veículos que rodam pelo Aterro. A consequência, segundo o Tribunal, foi o aumento no número de acidentes nas vias que receberam a troca do asfalto.
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Mas a reforma que o TCM diz ter piorado a qualidade da pista foi anunciada como melhoria há um ano, quando a Prefeitura divulgou investimento de R$ 400 milhões em obras de infraestrutura e conservação. O programa PavimentaRio, carro-chefe da proposta, prometia a recuperação de mais de 150km de asfalto. Para motoristas de ônibus e taxistas que rodam a cidade, a mudança prejudicou.
"No Aterro, parece que deram uma mão de tinta. A Prefeitura disse ter colocado uma manta asfática, mas não parece ser. Parece pintado, porque não há aderência nenhuma. O carro pode entrar na curva e sair do outro lado", comentou o taxista Paulo Roberto, que circula pela Zona Sul.
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Quase dez acidentes com ônibus foram registrados em novembro do ano passado, um mês após a troca do asfalto nas pistas do Aterro. No mesmo período, dois homens morreram após uma motocicleta escorregar e bater em um relógio de rua na Avenida General Justo, em frente ao Museu Histórico Nacional. 
Rio - 07/10/2020 - Problemas com asfalto liso e buracos pela cidade. Na foto,grades quebradas, asfalto escorregadio e buracos na Avenida General Justo. . Fotos: Estefan Radovicz / Agência O Dia Byline - Estefan Radovicz / Agência O Di
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Buracos da Zona Sul à Zona Norte
Outras partes do Rio sofrem com a buraqueira nas ruas. A reportagem do DIA circulou pelas zonas Norte, Sul e pelo Centro, e observou desníveis em algumas vias. Na Leopoldina, há problemas sérios na pista lateral da Rua Francisco Eugênio, que dá acesso a Avenida Francisco Bicalho. Ela tem dezenas de buracos que colocam em risco motoristas e usuários de ônibus. "Pagamos R$ 4,05 (tarifa de ônibus) para brincar de montanha-russa na cidade. É um sofrimento para os motoristas, mas também para nós, que usamos transporte público todos os dias. Quem senta lá no último assento quase bate com a cabeça no teto", afirma Roseli Figueiredo, moradora de Irajá.
Rio - 07/10/2020 - Problemas com asfalto liso e buracos pela cidade. Na foto, a Av. Francisco Eugênio, em São Cristóvão. Fotos: Estefan Radovicz / Agência O Dia Byline - Estefan Radovicz / Agência O Dia
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Secretaria: data de divulgação do relatório é 'curiosa' 
Em nota, a Secretaria Municipal de Infraestrutura, Habitação e Conservação afirmou que "considera curioso que, a poucos dias da eleição, haja a divulgação de um relatório do TCM, datado de abril, para questionar uma ação que já teve todas as questões técnicas esclarecidas. O relatório é, inclusive, anterior ao término dos serviços". A pasta disse ainda que "aaderência do material utilizado é a ideal para o local e houve, inclusive, a correção de ângulo de algumas curvas que estavam erradas há anos. Mesmo na época da colocação, não houve aumento de acidentes com base na análise do registro histórico", e informou que "segue à disposição do TCM, como sempre esteve, para prestar os esclarecimentos técnicos".
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Sobre os buracos, a secretaria de Infraestrutura informou que vai vistoriar e programar os serviços necessários na rua citada pela reportagem. "As equipes estão sempre de prontidão para quaisquer outras necessidades de atuação, além dos serviços diários de manutenção, como tapa-buraco, reposição de tampas, recapeamento asfáltico, entre outros", disse a pasta.