Portelenses se unem no Parque Madureira para plantar baobá no dia da Consciência Negra - Divulgação
Portelenses se unem no Parque Madureira para plantar baobá no dia da Consciência NegraDivulgação
Por Leonardo Rocha
Rio - O samba é expressão de potência e resistência! Mesmo embaixo de chuva, o Dia da Consciência Negra, comemorado nesta sexta-feira, não passou despercebido para a Portela. É que representantes de uma das escolas mais tradicionais do Carnaval carioca estiveram reunidos no Parque Madureira, na Zona Norte, para promover atividades gratuitas e celebrar, simbolicamente, o poder do renascimento através da plantação de um baobá, árvore de origem africana, que, segundo a tradição, são pontes que unem os vivos e os mortos. A muda que foi plantada tem origem de um broto do baobá João Gordo, que foi criminosamente cortado em agosto, na Ilha de Paquetá.
A escolha da planta não foi por acaso. A espécie é destaque no enredo "Igi Osè Baobá", dos carnavalescos Renato Lage e Márcia Lage, no desfile 2021 da escola. Além da homenagem a luta do povo preto, a Azul e Branco prestou homenagens à vítimas da pandemia do novo coronavírus. "Plantar o baobá no dia da consciência negra tem tudo a ver com o contexto, com a simbologia para a religiosidade e a cultura africana. Juntamos tudo nesta cerimônia: uma homenagem aos portelenses que morreram nessa pandemia", explica Fabio Pavão, vice-presidente da Portela.
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A ação social ainda contou com palestras, workshops de dança afro, rodas de capoeira, oficina de turbantes, rodas de rap, aula de charme, corrida solidária e ainda apresentação dos Bombeiros Civis Mirins. A planta, fincada no Parque Madureira, vive por até seis mil anos e representa a força da agremiação. "Para as comunidades africanas, ele era um ancestral vivo. Isso tem tudo a ver com o momento que nós estamos passando. Resolvemos plantar para que enquanto as raízes estiverem fincadas no chão, os portelenses que não resistiram a essa pandemia, permaneçam em nossas memórias", afirma Pavão.
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Nilce Fran, coordenadora da ala das passistas da Azul e Branca, esteve na celebração e ressaltou o tão necessári marco do Dia da Consciência Negra principalmente num ano cheio de altos e baixos. "É muito importante no dia de hoje, Dia das Consciência Negra, a plantação deste baobá que representa o renascimento, a força e a resistência. Muito nos honra. A família portelense se sente feliz e honrada. Força, resistência e energia, a cara de nossa Escola", celebra ela. Assista ao vídeo
O Parque também ofereceu serviços de ação social, como exames de vista, isenção de documentos, inscrições de cartões para idosos, gestantes e PNE, aferição de pressão e medição de glicose, e atividades educativas sobre tabagismo, saúde bucal, saúde da mulher, prevenção de DST e trança Nagô.