Familiares relataram à polícia que o homem estava inconformado com o processo de separação - Foto: Divulgação / Polícia Civil
Familiares relataram à polícia que o homem estava inconformado com o processo de separaçãoFoto: Divulgação / Polícia Civil
Por Jessyca Damaso
Arraial do Cabo - A mulher assassinada a facadas pelo ex-marido em Arraial do Cabo, na Região dos Lagos, nesta sexta-feira, vinha sofrendo ameaças de morte do algoz, que não se conformava com a separação. A última ameaça teria sido na noite anterior ao crime, quando o criminoso ainda teria quebrado o celular dela, contam os parentes da vítima. Daniele Souza Gomes, de 37 anos, foi morta por Oslan Oliveira de Almeida, de 38 anos, na frente de uma das filhas do casal, de 15 anos, e do sobrinho, de apenas 3. Ele confessou o crime. 
"Ela tinha medo de ser morta. Na noite anterior ao crime, ele a viu na rua, falou que ia matá-la e ainda quebrou o celular dela, só que as pessoas o enxotaram. Ela saiu da minha casa cinco minutos antes do acontecido falando que ia para casa se trancar. Ela morava no terceiro andar e os pais dele no primeiro, onde o esconderam. Pelo horário que ela saiu daqui e o horário que a filha me enviou uma mensagem dizendo que o pai esfaqueou a mãe, foi coisa de 10 minutos. Então, ela chegou em casa e ele já foi com tudo para cima dela", relatou a prima de Daniele, Savia Rodrigues, de 27 anos.
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"A filha dela está em estado de choque, dizendo que não quer mais viver, e o sobrinho não para de chorar", lamenta a prima da vítima.
Savia acusa os pais do ex-marido da prima de omitirem socorro. "Ela morreu dentro da casa dos pais dele. Quando eu cheguei lá, a mãe dele, que é um senhora de idade, veio para cima de mim tomando o telefone da minha mão, para eu não ligar para polícia. Houve omissão de socorro, porque demoraram muito para chamar a ambulância", indignou-se.
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Savia ainda conta que a prima era trabalhadora, cuidava das três filhas e sempre respeitou o ex-marido. Segundo ela, a prima foi alvo de inúmeras agressões de uns tempos para cá: "Ela já teve várias passagens em hospital por violência. Mas teve uma hora que ela disse que não queria mais passar por isso. A partir daí, as ameaças começaram".
Oslan Oliveira já tinha duas passagens pela polícia por violência doméstica e havia sido preso em flagrante por ter descumprido medida protetiva, no dia 24 do mês passado, mas não ficou muito tempo detido.
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"Ele a encontrou em período de eleição, na festa do candidato dela, e ele a espancou de uma forma absurda e foi preso em flagrante. A família dele pagou fiança e com três, quatro dias estava solto e ameaçando matá-la. Não aceitava de jeito nenhum a separação. Foram 18 anos de relacionamento e nunca tinham se separado", explicou Savia.
A delegada titular da 132ª DP, Patrícia Aguiar, responsável pelas investigações do caso, disse que "em nenhum momento ele demonstrou arrependimento. Pelo contrário, permaneceu tranquilo e frio durante todo o tempo".
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Daniele Souza deixa três filhas: Kaylane, de 15 anos, Vitória, 17, e Ana Beatriz, de 4. O enterro será realizado na tarde deste sábado, às 16h, no Cemitério Municipal Princesa Isabel.
 
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