Enterro do jovem, Edson de Souza Arguinez Junior, no Cemitério da Solidão, em Belford Roxo. Ele foi encontrado morto após abordagem policial - Estefan Radovicz / Agencia O Dia
Enterro do jovem, Edson de Souza Arguinez Junior, no Cemitério da Solidão, em Belford Roxo. Ele foi encontrado morto após abordagem policialEstefan Radovicz / Agencia O Dia
Por Aline Cavalcante
Rio - Os policiais militares Júlio Cesar Ferreira dos Santos e Jorge Luiz Custódio da Costa, que estão presos por suspeita de terem matado dois jovens em uma moto durante uma abordagem no bairro do Babi, em Belford Roxo, na Baixada Fluminense, no último sábado, podem ser expulsos da corporação, de acordo com o porta-voz da PM, major Ivan Blaz. "Um cabo com cerca de 10 anos de serviço e um soldado iniciando sua carreira, por conta de uma ação impensada, estão presos preventivamente e podem ser expulsos, além de responderem pelo crime apontado na investigação da DH", afirmou Blaz.
Segundo Blaz, a área onde a ação aconteceu é considerada perigosa pelo 39º BPM (Belford Roxo). Porém, ressaltou que a condução do caso pelos policiais presos, foi errada. 
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"Estamos falando de uma área vermelha, um local perigoso, dividido entre tráfico e milícia, onde tem assaltos e onde polícia costuma fazer abordagens. Trata-se de uma região violenta e de uma abordagem complicada. O que a gente vê no vídeo é a chegada da moto em alta velocidade e quase atropela o policial que de forma bem efetua o disparo. Não quero amenizar a situação, mas é preciso contextualizar. É um momento tenso". 
O major Ivan Blaz confirmou que não houve qualquer forma de comunicação para os superiores e afirmou que o disparo não deveria ter acontecido. 
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"Isso foi uma falta grave cometida por eles. Os policiais deveriam ter comunicado ao supervisor do dia. O disparo não deveria ter acontecido também. A missão da Polícia Militar é usar força comedida. Transgressões não são explicadas, são corrigidas. Foi uma ação equivocada, podendo chegar a uma ação criminosa", avaliou.
Blaz ainda defendeu a condução do 39º BPM, que, segundo ele, fez todo o trâmite para encaminhar o caso para a Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense.
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"É importante ressaltar o protagonismo da Tenente-coronel Daniele Neder, que foi até a unidade ouvir a denúncia das mães dos jovens (vítimas). Durante o depoimento a comandante tomou conhecimento da morte dos rapazes e determinou que a localização dos gps das viaturas fossem recolhidas e fez cruzamento das escalas de serviço chegando até os pms. Eles foram buscados em casa e tiveram suas armas recolhidas. Então, todas as medidas pertinentes à corporação foram adotadas. As medidas que a PM deveria tomar já foram tomadas. Agora a DH vai responder o que aconteceu nesta lacuna entre o momento em que os jovens entram na viatura, até serem encontrados mortos".
Edson Arguinez Junior, de 20 anos, e Jordan Luiz Natividade, de 18 anos, que foram encontrados mortos após a ação policial, foram enterrados no cemitério da Solidão, em Belford Roxo, na tarde desta segunda-feira.