Tristão é a primeira testemunha ouvida nesta quinta-feira, no processo que julga o impeachment do governador afastado Wilson Witzel. Ele depõe por videoconferência, já que está preso no Complexo de Gericinó desde agosto.
Tristão negou ter visto qualquer irregularidade no caso da Unir, organização social que fechou contratos com a secretaria de Saúde durante dois anos, entre 2018 e 2019, mas considerada desqualificada pelo estado logo depois.
"Eu nunca fui intermediário de quem quer se seja, garoto de recado. Nunca participei de qualquer negócio espúrio do governador", disse Tristão.
O ex-secretário, que foi aluno de Witzel, revelou desgaste com o governador afastado durante a gestão da secretaria de Desenvolvimento. Segundo ele, havia disputas internas entre as secretarias.
"Não foram casos relacionados ao governo que gerou inimizade. Mas com os secretários. A imprensa me chamava de "braço direto", "homem de confiança", parecia que as pessoas ao redor do governador ficavam questionando: 'tão mandando mais que você'", afirmou.
Testemunha não foi ouvida por não ter acesso a computador
Antes do início das oitivas, o presidente do Tribunal de Justiça do Rio, Cláudio de Mello Tavares, e os desembargadores e deputados estaduais que formam o Tribunal Especial Misto definiram a dispensa ou permanência de algumas testemunhas listadas nesta quinta-feira. Uma delas, Luiz Roberto Martins Soares, foi dispensada por não ter acesso a computador. Ele está em prisão domiciliar e, segundo o advogado, está proibido de ter qualquer aparelho eletrônico - notebooks, celulares, ou tablets - em casa. A Justiça disponibilizou um aparelho em sua residência, em Valença, e ele é ouvido neste momento, mas se nega a responder.