A menina Ana Clara Gomes Machado, de 5 anos, morta por um tiro no ombro - Imagem Internet
A menina Ana Clara Gomes Machado, de 5 anos, morta por um tiro no ombroImagem Internet
Por O Dia
Rio - A morte da menina Ana Clara Gomes Machado, de 5 anos, baleada enquanto brincava na porta de sua casa, no Monan Pequeno, em Pendotiba, Niterói, na última terça-feira (2), foi mais um triste caso de assassinato de crianças em 2021. E, para tentar esclarecer a tragédia, a Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNSGI) está ouvindo testemunhas, que disseram não ter sido a primeira vez que viaturas da polícia chegam à favela com truculência e agressividade.
Em entrevista ao RJ1, da TV Globo, o delegado Bruno Cleuder, titular da especializada e responsável pelas investigações, explicou tudo o que foi dito pelas pessoas que estavam presentes no momento do disparo que matou Ana Clara e detalhou como foi o procedimento dos agentes militares durante a ação. Ele também fez questão de enfatizar que, apesar de os policiais terem tentado agir com a intenção de dissipar o movimento de criminosos, o fato é que uma criança inocente acabou morrendo.
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"Segundo as testemunhas do ocorrido, que inclusive colocaram no papel os seus relatos aqui na delegacia, essa guarnição dos agentes já chegava à comunidade com certa truculência há um tempo e, na data de ontem, a equipe já desceu da viatura disparando em dois moradores, talvez por acreditar que eles pertenciam ao tráfico de drogas da região. E a verdade é que atingiu uma criança inocente, que brincava na porta de casa. Por isso, o policial que atirou nela foi preso em flagrante pelo homicídio doloso com dolo eventual", disse o delegado.
Cleuder também relembrou como os fatos se sucederam na última terça-feira, dia da morte de Ana Clara. "Os três policiais militares que participaram da operação chegaram à delegacia comunicando o fato de que acionaram a DH para um determinado local, em que teria havido uma incursão na comunidade em razão de alguns disparos de arma curta que eles teriam ouvido enquanto patrulhavam na entrada da favela. Após o ocorrido, os agentes teriam removido a vítima de apenas cinco anos, do sexo feminino, para o hospital, mas ela não acabou não resistindo aos ferimentos e faleceu", esclareceu.
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"Fomos até o local para investigar e acabamos encontrando uma manifestação por lá. Ficamos com receio de poder ou não entrar, em caso de haver alguma resistência à nossa presença, mas conseguimos adentrar com tranquilidade e efetuar nosso trabalho de apuração, verificando que a declaração dos policiais militares não era compatível com o evento descrito pelas testemunhas e perícias que vistoriaram o lugar", completou.
Mais uma vítima
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Na última terça-feira (2), a menina Ana Clara Gomes Machado, de apenas 5 anos, foi morta na porta de sua casa enquanto brincava com o irmão, de 2, na comunidade do Monan Pequeno, em Pendotiba, no município de Niterói, na Região Metropolitana do Rio. O corpo da garota ficou no Instituto Médico Legal (IML) do Barreto, também na mesma cidade, para passar por análise.
Familiares da criança relatam que ela foi atingida por um disparo vindo de um policial militar e que, no momento da tragédia, não aconteceu nenhum confronto no local que justificasse o tiro. 
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Segundo nota da Polícia Militar, uma equipe do 12º BPM (Niterói) estava em patrulhamento na Estrada do Monan Pequeno, quando viu cinco criminosos praticando roubos na região. Os PMs foram recebidos a tiros e houve confronto. Quando a ação encerrou, a equipe viu Ana Clara baleada no ombro esquerdo. 
A menina chegou a ser encaminhada para o Hospital Estadual Azevedo Lima, no Fonseca, mas já chegou à  unidade de saúde sem vida.
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Durante a tarde desta quarta-feira (3), Ana foi sepultada no Cemitério São Francisco Xavier, em São Francisco, em Niterói.